Projeto protagonizado por estudantes de Simões Filho está entre os três melhores do País

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Foto: Arquivo pessoal
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O projeto Grupo de Apoio e Conselhos (GAC) criado por estudantes do Colégio Estadual Professor Hermes Miranda do Val, localizado no município de Simões Filho, Região Metropolitana de Salvador, conquistou o terceiro lugar, entre os 400 projetos participantes de todo o Brasil, em concurso promovido pelo Movimento Global Criativos da Escola. O grupo é composto por nove jovens mediadores que encontraram no diálogo aberto com os demais colegas o caminho para mudar a realidade de toda a comunidade escolar, no enfrentamento de questões como bullying, preconceito e baixa autoestima.
 
Todas as sextas-feiras, o grupo, que integra estudantes de turmas e idades distintas, se encontra durante vinte minutos para expor situações, desabafar e buscar soluções para problemas vividos no ambiente escolar. Segundo a vice-diretora Simone Bocaiúva, o grupo se uniu pelas características individuais de cada um. “Eles se autoajudam e juntos encontram formas de ajudar os demais estudantes”, disse a gestora.
 
Ela também afirmou que cada integrante com sua personalidade tem um papel fundamental. “Uns possuem habilidade de ouvir e dar conselhos, outros são mais críticos, observadores ou sensíveis. Apesar das diferenças que cada um tem, todos juntos podem fazer a diferença e, desta forma, conseguem transformar o espaço escolar em um ambiente mais humano e acolhedor”, destacou Simone Bocaiúva.
 
O grupo tem como diretriz acolher, ouvir, apoiar e conscientizar para provocar mudança. Iniciado em maio deste ano, o grupo já colhe os resultados do empenho dos agentes transformadores. É o que conta a estudante Bianca Andrade Santos, 18 anos, 3º ano. “Já fui muito rebelde e participar do grupo me transformou em uma pessoa melhor porque pude aprender a ser mais tolerante e a me colocar no lugar do outro. Hoje, ajudo outros colegas a superar algum problema que esteja vivenciando dentro ou fora da escola”, disse.
 
 
Sempre estou disposta a ajudar meus colegas no que for preciso para manter a união. Para mim, isso aqui é uma família - Raíssa Santos
 
Para o estudante Anderson Santos Costa, 19, 3º ano, um dos idealizadores do grupo, este projeto representa a mudança na sua vida. Ele relatou que sempre foi um estudante problemático, hoje é considerado exemplo na escola. “Certa vez, uma professora chamou a minha atenção e disse que eu podia mudar a minha história. Ela me deu a missão de unir duas turmas do 2º ano, que não se entendiam, numa gincana do colégio. Eu consegui fazer com que todos se unissem, foi aí que percebi que podia ser uma pessoa melhor e ajudar outras pessoas. Por isso, resolvi montar o grupo com o apoio da direção”, relatou emocionado o estudante.
 
Quem também faz parte do grupo é a pequena Raíssa Maria Santos, 11, 6º ano. “Sempre estou disposta a ajudar meus colegas no que for preciso para manter a união. Para mim, isso aqui é uma família. Daqui pra frente vou olhar para trás e vou dizer: foi isso que me tornou uma cidadã melhor”, disse a estudante.
 
Segundo Agrécia Silva, professora de Língua Portuguesa, o trabalho dos alunos está trazendo muitos resultados positivos vivenciados diariamente. “Os estudantes vêm melhorando a postura, o comprometimento com os estudos, as notas, disciplina e amadurecendo. Tudo isso, obtido através do diálogo mediado entre eles, que se identificam e se ajudam”, explicou a educadora.
 
Criativos da Escola – o movimento global, presente em mais de 30 países, premia projetos protagonizados por crianças e jovens que ajudam a mudar a realidade em que convivem. No Brasil, é representado pelo Instituto Alana, responsável em promover o “Desafio Criativos da Escola”, no qual o Grupo de Apoio e Conselhos (GAC) foi selecionado como o terceiro melhor projeto entre os 400 inscritos de todo o Brasil.
 
Os representantes dos cinco melhores projetos participarão entre os dias 8 e 11 de dezembro da cerimônia de premiação que acontecerá em São Paulo, onde compartilharão suas experiências e ideias inovadoras. “É muito importante saber que algo que nosso grupo faz está sendo reconhecido não só no colégio, mas no Brasil inteiro”, ressaltou a estudante Michele Rocha, 16 anos, 2° ano.

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