Estudantes internos do Conjunto Penal Lafayete Coutinho realizam 1º Festival de Música e Poesia

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Fotos: divulgação
Com o tema “Direitos Humanos: Democracia, Cidadania e Justiça Social”, os estudantes da modalidade de Educação de Jovens e Adultos (EJA) do Colégio Estadual Professor George Fragoso Modesto, do Conjunto Penal Lafayete Coutinho, em Salvador, realizaram na manhã desta sexta-feira (22) o 1º Festival de Música e Poesia, com a mostra de trabalhos de variadas expressões artísticas criados durante o ano letivo, incluindo produções alusivas ao Novembro Negro.

O investimento na formação educacional dos internos do sistema carcerário é uma forma de prepará-los para a reinserção na vida em sociedade após o cumprimento da pena. “Queremos promover o exercício da reflexão crítica a respeito do tema. O momento é relevante para a escola porque representa também a culminância dos projetos desenvolvidos nas nove unidades prisionais, com as 83 turmas”, explica o professor e diretor-geral do colégio, Gideon Ribeiro Cardoso. Ele destaca ainda que a arte, a música e a poesia funcionam como ferramentas de autoconhecimento e de expressão emocional, oferecendo meios para que cada indivíduo possa explorar e ressignificar suas vivências e sentimentos.

Para um dos estudantes presentes, G.E.S.N, 53 anos, a educação é importante porque permite que os detentos tenham melhores oportunidades em suas vidas. “Temos a consciência de que a educação é o que muda e transforma. Participar deste evento, por exemplo, faz com que nós, alunos do presídio, privados de liberdade, nos sintamos incluídos na sociedade. Falar da Consciência Negra é falar de resistência e inclusão.”

Seu colega J.C.S., de 70 anos, foi o mestre de cerimônia do festival e avaliou a iniciativa como um incentivo: “Além de interagir com os colegas, nos sentimos prestigiados como seres humanos. Muitos aqui não acreditam no futuro, mas há uma luz no fim do túnel. O professor, em sala de aula, nos incentiva a externar o que temos dentro de nós.”

O professor José Antônio Matos também acompanhou o festival e avaliou a iniciativa como uma oportunidade para que os internos se sintam, de fato, estudantes, com perspectivas de dias melhores e de um futuro promissor. “Quando eles entraram aqui, não acreditavam que teriam a oportunidade de estudar e de viver de forma diferente. Hoje, estão preparados e têm condições de sair com mais consciência para se inserir no mundo do trabalho.”

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