Projeto de estudantes da rede estadual que valoriza a mulher na ciência conquista prêmio nacional

O projeto “Minas na Ciência”, desenvolvido pelas estudantes do 3° ano do ensino médio do Colégio Estadual Aldemiro Vilas Boas, no município de São Miguel das Matas, estão entre os 11 projetos premiados no Criativos da Escola 2018, que contou nesta edição com 1.654 inscritos em todo o país. Com a iniciativa, as alunas da rede estadual tiveram o objetivo de divulgar o trabalho de mulheres na área científica e também incentivar as estudantes a se interessar mais pelo assunto. Com a seleção, o grupo ganhou uma viajem para Fortaleza, para participar do evento de celebração, de oficinas, vivências e atividades culturais, além de R$ 500 para o professor responsável e R$ 1,5 mil para a escola.
 
Para a professora de Química, Natália Oliveira, o projeto incentiva uma maior participação das mulheres na ciência. “Percebi que havia pouco interesse das estudantes pela área de exatas e, junto com as alunas, buscamos desenvolver atividades que divulgassem mulheres cientistas. Com a produção de um vídeo e a criação de um aplicativo, jogos da memória, RPG (Role Playing Game) e quebra-cabeça, conseguimos realizar intervenções na escola apresentando a história e o trabalho destas pesquisadoras no nosso colégio e em escolas municipais. Como referência teve a professora doutora de Química, Bárbara Carine, da Universidade Federal da Bahia (UFBA), que sempre diz uma frase marcante: ‘A gente busca ser aquilo que a gente vê’. Ou seja, queremos mostrar para as alunas que elas podem e são capazes de seguir o mundo da ciência por meio de exemplos”, afirma.
 
A estudante Maria Jilvani conta como surgiu o interesse pelo desenvolvimento do trabalho. “Como temos interesse nesta área de tecnologia e engenharia, percebemos que tínhamos pouca ou nenhuma referência de mulheres. Aí decidimos realizar uma pesquisa inicial para saber o quanto os estudantes do ensino médio e fundamental sabiam sobre influência feminina nas ciências. A partir de um resultado nada empolgante, produzimos as atividades com apresentação e mini oficinas, trazendo a cara destas pesquisadoras para o conhecimento de todos os alunos, assim como, suas experiências e criações”, ressalta.
 
Segundo a estudante Vitória Oliveira, as atividades criaram um grande interesse dos colegas. “Acredito que tudo tem a ver com representatividade. Nós mostramos cientistas mulheres, negras e baianas. Por isso, para as estudantes, houve uma grande identificação. Desejamos continuar essas ações, principalmente nas primeiras séries, para que o interesse surja desde criança. Até para mim que tenho interesse no assunto a pesquisa foi reveladora, como saber que foram mulheres que criaram objetos tão comuns para nós, como o pára-brisa, o filtro de café e a seringa”, esclarece. Também completa o grupo a estudante Iris Vitória Santos.
 

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