Programa Deputado Jovem Baiano é encerrado com aprovação de projetos nas áreas de saúde e educação

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Foto: NeusaCostaMenezes/AgênciaALBA
Uma sessão especial, realizada nesta quinta-feira (30), no Auditório Jornalista Jorge Calmon, marcou o encerramento do Programa Deputado Jovem Baiano, uma parceria da Escola do Legislativo da Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA) com a Secretaria Estadual da Educação (SEC). No último dia do encontro, os 63 “parlamentares” discutiram e aprovaram dois projetos de lei, analisados nas comissões temáticas, e receberam o diploma, certificando a participação na segunda edição do projeto, que trouxe, para a Casa do Povo, estudantes selecionados em 27 territórios de identidade da Bahia.
 
Reproduzindo fielmente o ritual das sessões que ocorrem no Plenário Orlando Spínola, os deputados falaram no pequeno expediente, com o tempo de apenas dois minutos para expor suas considerações. Carlos Santana, do município de Itororó, salientou que nesta semana sentiu “como é bom estar envolvido no mundo da política”. Enquanto jovem preta, a vice-presidente da Mesa Diretora, Mel Kíria, de Barreiras, revelou “estar orgulhosa de representar as comunidades estudantis da Região Oeste”. Já o líder da minoria, Álefe Sampaio, de Itatim, frisou que todos ali “tinham histórias de lutas e levantavam bandeiras em prol de suas raças, crenças e ideologias”. Trabalhar para a construção de um mundo melhor é a intenção de Jessica Libório, de Senhor do Bonfim. A líder da maioria acredita que “a juventude sempre pode fazer a diferença para ampliar as políticas públicas nas comunidades”.
 
João Felipe, de Salvador, elogiou a diversidade do Parlamento Jovem, que englobou estudantes da rede pública e privada, jovens de comunidades indígenas e quilombolas, gente da zona rural e da periferia das grandes cidades e também pessoas com deficiência. Ele lamentou, porém, que ainda existam pensamentos preconceituosos na sociedade brasileira. “Sou autista e isso incomoda muita gente que não conhece os nossos problemas”, desabafou o estudante.
 
Esta temática da inserção na vida pública ganhou espaço no grande expediente, quando os parlamentares jovens debateram e aprovaram dois projetos de lei direcionados para as áreas de saúde e educação. Tamiris Medeiros, de Jacobina, apresentou um PL que trata da Educação Inclusiva e Acessibilidade nas instituições públicas da rede estadual de ensino. “Eu tenho o sonho de ingressar na faculdade, mas os professores e as escolas não estão preparados para nos receber, não temos pessoas ao nosso lado para colaborar nas atividades”, cobrou a jovem, uma pessoa com deficiência física e visual. Já o morador do bairro do Imbuí, na capital baiana, Marcelo Victor Loureiro, teve a iniciativa de propor um mapeamento genético no combate ao câncer de mama. “Tenho um amigo que perdeu a mãe, vítima de um câncer de mama, e fiquei muito sensibilizado. Ouvi, recentemente, uma palestra da professora Lilian Paz sobre o tema, e resolvi fazer uma proposição com esta finalidade”, explicou.
 
Foi uma semana bastante movimentada para as 27 meninas e os 36 rapazes que passaram a visitar o Poder Legislativo desde terça-feira, quando foram recepcionados pela equipe organizadora. Na abertura do Programa, o presidente da ALBA, deputado Adolfo Menezes, fez uma breve saudação para os estudantes, ressaltando “a relevância da instituição política na defesa da democracia e dos interesses da população baiana”. Dentre outras atividades, os deputados jovens aprenderam sobre o funcionamento do processo legislativo, participaram de rodas de conversa a respeito das eleições, escolheram líderes partidários, formaram chapas para a mesa diretora e acompanharam a tramitação dos projetos de lei, sempre com o apoio técnico dos funcionários da Assembleia.
 
Laura Ramos, coordenadora do programa “A Escola e o Legislativo”, considerou que a vivência foi altamente democrática, porque os jovens trabalharam em conjunto, respeitaram a ideia contrária do outro colega e começaram a acreditar que, juntos, poderiam construir um país melhor para todos. De acordo com a servidora pública, os estudantes tiveram uma semana inteira de atividades, em diversos setores, com excelente aproveitamento do tempo no Parlamento baiano. “Eles cumpriram horários, tiveram agendas lotadas, com assuntos interessantes, abordados por palestrantes capacitados. Quem acompanhou percebeu que poucas vezes eles pararam para tirar selfies, pois estavam focados em produzir, em discutir, em defender seus pontos de vista. Foram dias incríveis”, agradeceu a coordenadora.
 
Apresentar aos jovens como se faz política na prática. Segundo Larissa Lima, coordenadora de Políticas Públicas para a Juventude em Processos Educacionais da SEC, esse programa permitiu que eles conhecessem o cotidiano do legislativo, entendessem qual a verdadeira função do deputado estadual, fazendo com que esses meninos e meninas pudessem se ver nesse espaço de poder. “Acreditamos que a educação transforma. Precisamos fazer com que eles tenham essa experiência dentro da Casa Legislativa, para que sintam que podem pertencer a esse local um dia, ocupando futuramente uma cadeira para representar uma parcela da população”, manifestou a dirigente. Antes de viajar para suas cidades, onde poderão contar as histórias que vivenciaram e as amizades que fizeram na ALBA, os 63 jovens parlamentares foram para o Cine Glauber Rocha, na Praça Castro Alves, onde assistiram ao filme Ó Paí Ó 2.

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