Manifestações da cultura afro-brasileira marcam comemorações no Dia da Consciência Negra

Com o tema “A Cultura dos Afrodescendentes no Brasil”, os estudantes do Colégio Estadual Landulfo Alves, no bairro São Joaquim, em Salvador, celebraram, nesta quarta-feira (20/11), o Dia da Consciência Negra. A data, instituída em homenagem ao herói negro Zumbi dos Palmares, representa a resistência do povo negro à escravidão e a luta pela sua valorização e respeito. A fim de discutir o tema sob uma perspectiva crítica, a unidade escolar inseriu os estudantes em uma série de atividades que marcam diversos aspectos da herança africana no Brasil.

Durante a comemoração, os estudantes realizaram apresentações de capoeira, dança afro, samba de roda e maculelê, e, ainda, prepararam um banquete de comidas típicas baianas, com descendência africana. “Precisamos criar um mundo melhor, com mais dignidade, respeito e ética. Não realizamos uma ação afirmativa só nesse dia. Hoje é uma culminância. Nosso objetivo é utilizar a dança, a música e a capoeira para conscientizar ainda mais as pessoas”, afirmou o professor de educação física, Edvaldo Silva Fonseca. “Queremos mostrar que todos nós somos iguais”, acrescentou.

Conhecendo as origens – De acordo com o professor de história, José Carlos Cardoso Lisboa, a realização de atividades desse tipo ajuda os estudantes a conhecerem a sua origem. “A maior parte da nossa comunidade é formada por estudantes negros que, às vezes, não conhecem a sua descendência”, avaliou.

Estudante do 2º ano do ensino médio, Marcelo Conceição Santana, 19 anos, apresentou aos seus colegas a dança Maculelê. “A dança faz parte da nossa descendência. É uma dança africana que já sofreu muito preconceito”, revelou o estudante. “Festejar o Dia da Consciência Negra é fundamental para combater o preconceito”, completou Marcelo.

No período que antecedeu o evento, os estudantes realizaram pesquisas para conhecer a história das manifestações culturais de matriz africana e a história dos próprios negros no Brasil. “Aprendi várias coisas, principalmente, sobre a história da minha descendência e sobre o samba de roda que apresentei”, contou Joyce Ellen Santana Baqueiro da Silva, 16 anos, aluna do 2º ano do ensino médio, que vai marcar o ritmo do samba de roda com o pandeiro e atabaque.

Outras comemorações – Ao longo do mês de novembro, diversas escolas estaduais em todo o território baiano realizarão atividades pedagógicas, artísticas e culturais para celebrar o Dia da Consciência Negra.

Notícias Relacionadas