Internos do presídio de Ilhéus participam do programa de Educação Prisional

“Agora vou poder erguer minha dignidade”. O depoimento de um dos internos do presídio Advogado Ariston Cardoso, em Ilhéus, sintetizou a emoção coletiva que permeou a aula inaugural do programa de Educação Prisional, desenvolvido pela Secretaria da Educação do Estado da Bahia, junto à Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização, na última quarta-feira (17/07). São 65 internos matriculados em quatro turmas de educação básica na modalidade de Educação de Jovens e Adultos (EJA), ofertada na unidade prisional por meio do Colégio Estadual do Basílio, de Ilhéus.
 
Os professores que estão acompanhando as turmas observam que os alunos veem, nessa oportunidade, uma perspectiva de reintegração à sociedade. “É muito gratificante esse trabalho de ajudar no resgate da dignidade de pessoas que, hoje, vivem em uma situação de vulnerabilidade social. A receptividade dos detentos está sendo muito boa. Mesmo sabendo que têm anos de pena a cumprir, eles conseguem visualizar um futuro mais digno para si”, constata a professora de português Cleide da Costa Silva.
 
A diretora Ana Maria Oliveira de Souza, da Diretoria Regional de Educação de Ilhéus (Direc 6), diz que as aulas também têm como objetivo a reintegração dos internos.  “Educar é o nosso papel. Não estamos no presídio para julgar os internos pelos delitos cometidos. Acreditamos na educação como instrumento primordial com o qual esperamos contribuir para a reintegração dos detentos e egressos às suas comunidades de forma produtiva e colaborativa, sensibilizando a sociedade para a questão da reintegração dos indivíduos aos seus meios, conscientes de sua importância como sujeitos de direitos, deveres e obrigações”.
 
A diretora do Colégio Estadual do Basílio, Flávia Souza dos Santos, compartilha o entusiasmo pelo programa de Educação Prisional por conta do seu propósito de reintegração. “Recebemos o convite da Direc 6 para participarmos do trabalho educacional no presídio com muita satisfação porque acreditamos na iniciativa de resgatar a autoestima dos internos e ajudá-los na construção de um futuro mais digno para que eles possam vir a ter acesso a novas oportunidades”.

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