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Estudantes de Salvador discutem sobre empoderamento feminino e resistência negra
Publicado em sex, 26/07/2019 - 17:25 por Desconhecido
Palavras-chave:
O “Fala, menina” contou com a participação especial da rapper, professora de História, poetiza e modelo plus size, Oyce Fernandes, conhecida como Preta-Rara, que falou de sua experiência pessoal na luta contra o preconceito racial e da sua atuação na militância em movimentos negros e feministas. “Vir pela primeira vez em uma escola pública de Salvador é uma experiência muito enriquecedora, pois fui professora por seis anos e voltar como artista, rapper, historiadora, sendo mulher preta, me dá mais estímulo para incentivar estes jovens a ocuparem os seus lugares de fato e a serem protagonistas de suas próprias histórias”, relatou.
A ex-estudante do Colégio Estadual Rômulo Almeida, Vanessa do Rosário, 19, do Coletivo Crespo, declamou as suas poesias “Pai nosso” e “Minha vivência”. “Comecei a escrever para externar as minhas dores e foi a partir das rimas que passei a me encontrar, a perder a timidez, a lutar contra o preconceito e a me valorizar enquanto mulher negra. E, hoje, dentro do coletivo ajudo a conscientizar outras mulheres”, revelou. Quem também gostou muito da iniciativa foi Raquel Ferreira, 16, 2º ano. “Eventos como este, envolvendo a participação dos jovens, são muito ricos, pois proporciona debates sobre temas que nos fazem refletir sobre o nosso dia a dia no enfrentamento ao racismo e demais formas de preconceito com o próximo”, disse a estudante.
Fotos: Claudionor Jr
A secretária de Políticas para as Mulheres (SPM), Julieta Palmeira, falou da relevância da iniciativa do projeto que, pela primeira vez, foi realizado em uma escola estadual. “Este é o quarto ano que a gente realiza o ‘Fala, menina’, que é um projeto voltado para a discussão com os jovens, meninas e meninos, sobre a questão da equidade de gênero e do combate à violência contra as mulheres. É uma ação voltada para descontruir esta cultura sexista, machista e que é responsável por afetar as vidas das mulheres, quando não lhes tiram suas vidas”, comentou.
Já a secretária de Promoção da Igualdade Racial (SEPROMI), Fabya Reis, destacou a relevância de, no mês em que se celebra o Dia da Mulher Negra, Latino-Americana e Caribenha, instituído internacionalmente em 1992 pela ONU e, no Brasil, em 2014, trazer estas temáticas para linkar com o cotidiano das políticas de promoção da igualdade racial. “Discutir com os alunos a história do povo afrodescendente baiano do Brasil traz a possibilidade de reconectar com a verdadeira história brasileira, desconstruindo, juntamente, preconceitos no combate ao crime de racismo”, pontuou.
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