Estudantes aprendem a reaproveitar alimentos

Alimentação saudável, reaproveitamento e não ao desperdício. Munidos desses conceitos, estudantes do projeto Educação de Jovens e Adultos (EJA), do Colégio Estadual Césare Casali, no bairro de Pirajá, em Salvador, estão envolvidos no projeto Culinária Saudável: atitude inteligente. O trabalho, coordenado pela professora de língua portuguesa, Lília Maria Lima dos Santos, tem como proposta suscitar uma mudança de comportamento na comunidade escolar. A experiência – cuja culminância acontece no dia 22 de outubro – é atestada, na prática, por meio do preparo de receitas feitas com cascas de frutas e verduras, que são ricas em nutrientes, mas, geralmente, vão para o lixo.

“Por meio desse projeto, que já é realizado há seis anos, trabalhamos com os conteúdos pedagógicos, ao mesmo tempo em que buscamos despertar nos estudantes a sua consciência para o reaproveitamento dos alimentos e para a reciclagem de materiais, como a garrafa pet, visando reduzir os impactos ambientais”, explica a professora Lília Maria. Durante as atividades, os alunos pesquisam os valores nutricionais dos alimentos, criam e divulgam receitas com sementes, cascas e talos, bem como preparam os pratos. Além da confecção de receitas, os estudantes produzem sacolas de papel reciclado, toalhas de garrafa pet e flores feitas a partir das embalagens de ovo, entre outros produtos artesanais.

Não ao desperdício – A estudante Denise Barreto dos Santos, do 3º ano da EJA, afirma que o projeto transformou sua percepção em relação à preservação da natureza e às atitudes que visem ao não desperdício. “Tenho aprendido muito a valorizar os alimentos e conhecer seu valor nutricional. Além disso, percebi o quanto podemos economizar quando não desperdiçamos as cascas das frutas, por exemplo”. Na sua casa, conta, a casca do abacaxi vira um “saboroso bolo” e cascas de banana ou de maracujá, são transformadas em “doces deliciosos”. “Lá em casa, nada mais se joga fora”, garante.

 

A colega Jussilene Moreira fala, também, de sua experiência com orgulho. “Entre tantas coisas que tenho aprendido, esse projeto tem me ensinado a me comunicar melhor com as pessoas e a não desperdiçar o que encontramos na natureza. Fora isso, sei fazer, agora, um salpicão com sobras de frango e doces de cascas de frutas, como de abacaxi ou de maçã, que ficam muito gostosos”.

O trabalho é desenvolvido por 28 equipes, que são pautadas para atuar em pesquisas e debates, elaboração de receitas – atentando para o valor nutricional dos alimentos e o controle do desperdício – e socialização vinculada à apresentação de mostras de receitas confeccionadas pelos próprios alunos. “A partir da observação do desperdício em relação aos alimentos, há uma mudança positiva de postura, uma maior consciência dos valores nutricionais de alguns gêneros alimentícios e, consequentemente, uma melhora na apreciação dos mesmos e na qualidade de vida, além de integração com o meio ambiente e promoção de maior envolvimento do grupo com o meio social em que vive”, avalia Lília Maria.

 

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