Morador do distrito baiano de Alagadiço, em Ourolândia, o estudante Leonardo Pereira de Oliveira, 21 anos, conquistou o sonho de ingressar em

Medicina na Universidade Federal da Bahia (UFBA). A vitória foi comemorada pelo jovem, que cursou o Ensino Médio no Colégio Estadual Professora Maria Madalena da Silva, em Umburanas. O seu objetivo, como médico, é ajudar com seu conhecimento as pessoas simples e de baixa renda.

"Percebi que muitos médicos buscam o Sudeste para trabalhar. Minha vontade é poder ajudar as pessoas da minha região. O Nordeste precisa de mais profissionais qualificados de Saúde e isso é o que busco como meta", disse Leonardo, que teve também, na sua experiência de vida, um exemplo para traçar o seu caminho. "Meu padrasto é tetraplégico e sempre vi a luta de minha mãe para cuidar dele. Isso acendeu uma luz para que eu buscasse a Medicina".   

Oriundo de uma família de lavradores, o jovem foi criado pela avó Ana Evangelista, durante a infância. Na adolescência, morou com a família, que conta com dois irmãos. "Sempre fomos bem simples. Minha família é de lavradores, que trabalham em fazendas locais. Sou o filho do meio e, quando terminei o Ensino Médio, sabia que tinha que continuar a estudar. Em 2001, cheguei a cursar Direito na USP (Universidade de São Paulo), de forma on-line, devido a pandemia. Mas no segundo semestre, quando recebi o resultado da UFBA, não tive dúvidas em optar pela Medicina."

Na escola, Leonardo diz que foi um aluno regular, mas participativo. "Cheguei a participar do projeto TAL (Tempo de Arte Literária), mas, infelizmente, não consegui me classificar para a etapa estadual, em Salvador. Porém, quando precisei focar, eu me dediquei aos estudos na sala de aula e em casa, utilizando a internet e os livros que já possuía e estavam guardados".

Já no curso de Medicina, que teve as aulas iniciadas em março, o futuro médico explica que a adaptação está sendo a melhor possível. "Realmente, achei que seria mais difícil. Mas estou conseguindo acompanhar muito bem as primeiras disciplinas. Ainda estamos com grande parte das aulas on-line e algumas presenciais. O mais complicado está sendo esse trânsito de Salvador", brinca o jovem, que, atualmente, mora na Casa de Apoio à Saúde do município de Ourolândia, no bairro de Brotas.