Estado forma estampador de tecidos e confeccionador de bolsas no Sistema Penal de Serrinha

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Fotos: Bruno Barreto
A Secretaria da Educação do Estado da Bahia certificou, na segunda-feira (25), no Conjunto Prisional de Serrinha e no Centro Territorial de Educação Profissional (CETEP) de Sisal, em Serrinha, 16 privados de liberdade em regime fechado e egressos de penas alternativas do Sistema Penal da localidade, nos cursos de Estampador de Tecidos e Confeccionador de Bolsas em Couro e Material Sintético. A certificação é fruto da parceria com a Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização (SEAP), por meio do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (PRONATEC) e visa contribuir para a ressocialização dos privados de liberdade a partir do aprendizado de um novo ofício.
 
Se depender de J., de 38 anos, um dos mais novos estampadores de tecidos de Serrinha, o certificado não vai ficar guardado na gaveta. Pelo contrário, ele quer colocar em prática o que aprendeu e buscar novas conquistas. Com o curso, ele se animou a voltar a estudar e aproveitou para participar do Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (ENCCEJA). O resultado foi positivo. “O curso do PRONATEC me fez voltar ao que aprendi lá atrás, na infância, e quis dar continuidade aos estudos. Acabei passando no ENCCEJA e me certifiquei no Ensino Fundamental. Quero voltar ao mercado de trabalho para atuar na área, agora, com mais conhecimento”, afirmou.
 
Exibindo a tira colo a bolsa que ela mesmo confeccionou, G., de 48 anos, recebeu o certificado de conclusão de curso de Confeccionador de Bolsas em Couro e Material Sintético e não escondeu a satisfação. “Aprendi a confeccionar e já uso minha bolsa para ajudar a divulgar meu trabalho. Isso vai me ajudar a ter renda e quero poder me aprimorar mais”, comemorou.
 
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O superintendente da Educação Profissional e Tecnológica do Estado, Durval Libânio, falou sobre o significado da qualificação e formação profissional para o público-alvo. “Estes cursos dão um novo sentido à vida destas pessoas”, comentou, ao acrescentar que a oferta acontece de forma alinhada às vocações territoriais, contribuindo para a empregabilidade e a ressocialização. “A Educação transforma e o trabalho é uma forma de se realizar. No caso do couro, é preciso destacar a ligação que ele tem com identidade local, com a vocação sisaleira”, destacou.
 
Jackeline Lisboa Araújo Santos, vice-presidente do Mundo do Trabalho do Centro Territorial de Educação Profissional (CETEP) do Sisal, unidade ofertante dos cursos, concorda. “A Educação pode transformar vidas, dar ressignificação”. Ela contou, ainda, que a experiência foi exitosa, também, por dialogar com a identidade do território, marcado pela cultura do couro e do vaqueiro.

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