Como atividade de culminância do projeto Manifestações Culturais Nordestinas, os alfabetizandos e demais participantes do programa Todos pela Alfabetização (Topa) fizeram visita guiada, na sexta-feira (30/08), no município baiano de Cachoeira, com o intuito de conhecer a riqueza histórico-cultural do lugar. Realizado pelo Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Cruz das Almas – entidade parceira do Topa na cidade – e com o apoio da Diretoria Regional de Educação (Direc 32), o evento teve como intuito promover uma maior integração e socialização de experiências ligadas o universo cultural nordestino.

A proposta de desenvolver o projeto Manifestações Culturais Nordestinas foi sugerida pelo Instituto Educacional do Recôncavo Baiano (Ierb), durante os cursos de formação dos alfabetizadores e coordenadores. “Por meio da realização de atividades práticas, envolvendo artes visuais, música, dança, teatro e culinária, entre outros elementos culturais, incentivamos os alunos do Topa valorizar a cultura nordestina”, destaca Rosana Caldas de Jesus, uma das coordenadoras do projeto.

A supervisora do Topa na Diretoria Regional de Educação (Direc 32), Claudiane Garcia Neves, completa eu o projeto foi um “grande incentivo” para os alfabetizandos porque os trouxe para uma reflexão sobre a importância de valorizar cultura por meio de práticas cotidianas. “Foi um evento bastante coerente com a nossa realidade, pois vivemos no Recôncavo Baiano, onde a cultura é um elemento forte. Muitas comunidades rurais já interagiam entre si, por exemplo, com a capoeira. Então, porque não trazer essa manifestação para compartilhar com todos e mostrar o seu valor cultura?”, enfatiza.

Também envolvida com o projeto, a alfabetizadora Daniela Neves Magalhães conta que viveu momentos “de muita emoção” com sua turma do Topa. “Foi muito importante essa iniciativa porque os alunos puderam resgatar, na prática, as manifestações culturais de sua realidade que estavam esquecidas por falta de incentivos. Eles ficavam muito alegres e empolgados com a oportunidade de colocar em prática o que sempre fez parte de sua realidade cultura”.

O agricultor rural Evangelista Souza Vieira, 58 anos, do povoado do Combê, valida o depoimento da professora Daniela: “Gostei muito de apresentar a capoeira porque faz parte de nossa vida e nos deixa bastante feliz. O governo está de parabéns porque, com o Topa, estou aprendendo ler e mostrar as raízes culturais do nosso povo”.

Manifestações culturais – A abertura do projeto, no dia 6 de agosto, foi marcada com a palestra da professora Jucinalva Almeida, do Instituto Educacional do recôncavo Baiano (Ierb), sobre o tema do projeto. Em seguida, as turmas do Topa, de Cruz das Almas, apresentaram diversas manifestações culturais. Os alunos do povoado de Sapucaia, por exemplo, mostraram a dança no ritmo do xote e do samba de roda.

Já a capoeira foi representada pela turma da comunidade de Combê e a cantiga de roda, pela comunidade de Suzana. Os alfabetizandos da comunidade de Ponto Certo participaram com advinhas. No final, houve exibição de vídeo e degustação da culinária nordestina. Um grande samba de roda arrematou a noite de inauguração do projeto.