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Vida ou morte de um rio: o futuro em nossas mãos
Vida ou morte de um rio: o futuro em nossas mãos
Professora: Célia Farias Aguiar Rocha
Escola: Colégio Estadual de Malhada de Pedras (BA)
Com uma população alegre e hospitaleira, Malhada de Pedras, pequena cidade do sertão da Bahia é banhada pelo rio do Antônio, um grande patrimônio de nosso município. Mas, atualmente, vivencia sofridamente a morte do rio.
Nascendo da confluência de pequenos riachos no município de Licínio de Almeida, o rio do Antônio corta várias cidades e deságua no rio Brumado e este no rio de Contas, um rio perene. Com a escassez das chuvas na região e as ações do homem prejudiciais ao meio ambiente, o rio secou e está agonizando. Para abastecer a população, a Empresa Baiana de Água e Saneamento (Embasa) contratou carros-pipa para trazer água de outro município.
O consumo exagerado de água pela população e o descaso com a situação do rio foram, portanto, as principais causas do problema que estamos passando. Quando havia pouca água na barragem, houve retirada da água por empresários para irrigação de plantações, uma atitude de desrespeito e desconsideração para com os demais habitantes, que gradativamente foram ficando sem água. A Lei Federal nº 9.433 reza em seu artigo 1º, inciso III que "em situação de escassez de água, a prioridade deve ser o consumo humano e a dessedentação de animais". Houve, portanto, descumprimento à lei.
Mesmo com um rio no município, há uma proposta de trazer água de uma cidade vizinha para o nosso abastecimento, por meio de uma adutora. Mas será que devemos deixar o nosso rio morrer? A concretização dessa proposta garantirá acesso à água de boa qualidade; porém, as autoridades responsáveis poderão se acomodar e não cuidar do rio para que ele não morra.
Boa parte da população quer apenas ter água potável, fato perfeitamente compreensível, pois há muito tempo a água distribuída não é adequada para o consumo humano. Já outra parte, além de desejar acesso à água, discorda com a possibilidade de abandonar o rio, pois relembra, saudosa, do tempo em que pescava e se banhava nas suas águas. Um estudante de nosso município, do curso técnico em agropecuária, fez uma pesquisa mais aprofundada sobre o rio e, para ele, "revitalizar o rio do Antônio deve ser uma ação de todas as cidades pelas quais ele perpassa, operando juntas, começando desde as nascentes". Dados de sua pesquisa mostram que em pontos específicos do rio, a areia está com profundidade de até 2 metros. O desmatamento ocasiona o assoreamento e a redução do volume de água. Esses fatos deixam em evidência que o rio deve ser urgentemente revitalizado.
Publicado pela ONU, o documento intitulado "Declaração Universal dos Direitos da Água" diz no Art. 4º que "O equilíbrio e o futuro do nosso planeta dependem da preservação da água e de seus ciclos. Esses devem permanecer intactos e funcionando normalmente para garantir a continuidade da vida sobre a Terra". De fato, a água é o bem mais precioso que se pode ter. Daí a importância e a necessidade de se limpar e proteger o rio ou qualquer outra fonte desse bem precioso.
A Embasa local alega que não é responsável por toda a área do rio, apenas se responsabiliza pela área da barragem de nossa cidade, e declarou que não irá investir nada ali. Ela quer canalizar água de outro município próximo para Malhada de Pedras, porque, segundo a empresa, o rio não tem jeito. Porém, como dizer que um rio não tem jeito? Um grande exemplo de revitalização foi o do Rio Tâmisa, na Inglaterra, considerado o mais sujo da Europa no século XIX e que foi revitalizado e hoje é ponto turístico de Londres. Outro é o rio Beberibe, em Pernambuco, que começou o processo de revitalização neste ano de 2012. Penso que não podemos aceitar a situação decadente em que se encontra nosso rio.
Do meu ponto de vista, deve-se, prioritariamente, recuperar o rio e suas matas ciliares, bem como construir uma barragem maior e não se admitir mais a destruição dele e a poluição de suas águas. Essas são algumas alternativas para a solução do nosso problema. Assim, o rio continuaria a viver e nossa cidade seria menos dependente. Já a população, também deveria exercer seu papel e fazer um consumo mais consciente, para que não falte água para as gerações futuras. O futuro de nossos rios e de nosso planeta depende da ação de cada pessoa.
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