Indígenas da Aldeia Tuxá participam de Caravana da Igualdade

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Foto: acervo pessoal

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 
O ensino da Língua Indígena, da Identidade e Cultura, do Toré (dança indígena) e da Religiosidade fazem parte do currículo na Escola Estadual Capitão Francisco Rodelas, na Aldeia Tuxá, localizada no dis­trito de Ro­delas, mu­ni­cípio de Paulo Afonso. Estes componentes demonstram as especificidades da Educação Indígena na rede estadual de ensino que estão sendo discutidos, até esta sexta-feira, na própria aldeia, na terceira edição da Ca­ra­vana da Igual­dade: Diá­logos For­ma­tivos, promovida pela Secretaria da Educação do Estado.
 
A atividade reúne lideranças da aldeia Tuxá, gestores da escola, lí­deres es­tu­dantis e pro­fes­sores indígenas para dialogar sobre a importância da preservação da cul­tura, dos sa­beres e dos cos­tumes no currículo da Educação Indígena. A iniciativa faz parte do Pro­grama Educar Para Trans­formar, na rede estadual, que atende a 8.468 es­tu­dantes oriundos de 16 et­nias, em 130 co­mu­ni­dades in­dí­genas da Bahia.
 
“Na nossa escola, prezamos pela educação diferenciada, que é a nossa base de ensino. Ao lado das aulas regulares, temos disciplinas específicas para contemplar as necessidades da comunidade, como Língua Indígena, Identidade e Cultura, Toré e Religiosidade”, explica a diretora da Escola Estadual Capitão Francisco Rodelas. “Conciliamos educação tradicional com educação diferenciada com o objetivo de adquirir os conhecimentos formais e, ao mesmo tempo, preservar ou revigorar os nossos saberes”, completa.
 
A líder indígena e gestora escolar considera a troca de conhecimentos o ponto mais positivo da Caravana. “Aprendemos mais sobre temas como re­la­ções de gê­nero e se­xu­a­li­dade (Lei nº 10.630/03) e temas re­la­ci­o­nados à edu­cação para as re­la­ções ét­nico-ra­ciais e ao en­sino da His­tória e da Cul­tura afro-bra­si­leira e afri­cana (Lei nº 11.645/08). Os técnicos da caravana contribuíram muito para adquirirmos estes conhecimentos que, com certeza, nos ajudam, em sala de aula e no convívio respeitoso entre nós”.
 
Além dos indígenas participam, também, do evento, re­pre­sen­tantes do Fórum de Ges­tores da Pro­moção da Igual­dade Ra­cial dos Mu­ni­cí­pios. “O diálogo gira em torno da importância da promoção de uma edu­cação plural, cujo prin­cípio bá­sico é o res­peito às di­ver­si­dades re­li­giosa, de gê­nero, de ori­en­tação se­xual e de et­nias”, destaca a co­or­de­na­dora da Edu­cação para a Di­ver­si­dade, da Se­cre­taria da Edu­cação do Es­tado, Érica Ca­pinan.
 
Deste encontro, completa Érica, os participantes consolidam a importância de se dar visibilidade à cultura indígena. “Percebemos, sobretudo, que o currículo deve estar cada vez mais contextualizado à realidade de cada comunidade e que a educação tem que ser multicultural”, avalia.
 
Caravana 
Realizada desde julho de 2015, a caravana é uma iniciativa da Secretaria da Educação do Estado da Bahia, em parceria com a Secretaria de Promoção da Igualdade Racial do Estado da Bahia (Sepromi) e com a Secretaria de Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre).

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