Estudantes se emocionam com sessão de 'O Topo da Montanha'

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Fotos: Camila Souza/GOVBA
Por volta das 16h deste sábado (29), os portões do Teatro Castro Alves (TCA), em Salvador, já estavam abertos para receber o público na sessão de estreia na Bahia do espetáculo 'O Topo da Montanha', estrelado pelo baiano Lázaro Ramos e pela atriz Taís Araújo. A plateia - formada por 1.450 estudantes do 3º ano do ensino médio da Rede Estadual de Ensino, jovens atendidos por Bases Comunitárias de Segurança (BCS)  e integrantes de movimentos sociais - foi convidada pelo Governo do Estado para assistir gratuitamente ao espetáculo, iniciado às 17h.
 
Pouco antes de iniciar a peça, a estudante Taiana Barbosa dos Santos, 18 anos, do Colégio Edvaldo Brandão Correia, em Cajazeiras, admirava o TCA. Na sua primeira vez num teatro, ela falou da sua expectativa. “É um momento muito importante de minha vida, porque eu nunca vim a um teatro e achei bem bonito, muito legal. Além disso, é importante também estar com Lázaro Ramos e Thais Araújo, numa representação negra”, comentou.
 
Esta foi a primeira vez que Jéssica Barreto, 17anos, estudante do Colégio Estadual de Plataforma, foi ao TCA.”Para mim foi muito emocionante estar num teatro. Foi minha primeira vez aqui. Foi bom o que o Governo fez, nos  influenciando para vim mais vezes pra cá. [A peça] foi boa, porque fala da luta dos negros, de Martin Luther King e de seu legado”, disse.
 
Logo após o espetáculo, o estudante Edgard Alexandre Costa da Silva, 19 anos, do Colégio Estadual Noêmia Rêgo, lembrou que já participou de algumas peças teatrais e foi taxativo:  “Eu quero fazer teatro”. Ele também comentou sobre a temática e a mensagem que captou da montagem. “O final foi bastante legal, a parte que eles falavam de passar o bastão para a sociedade atual. A questão da representatividade negra é bem interessante. Ver dois atores negros o tempo inteiro dando voz para a causa é bem legal”, destacou.    
 
A ação que levou os jovens ao TCA integra o Novembro Negro na Bahia, mês emblemático no calendário da luta racial no Brasil. O espetáculo recria a última noite de Martin Luther King, no dia 3 de abril de 1968. Na obra de ficção, o homem símbolo da luta em defesa dos direitos civis dos negros americanos conhece a camareira Camae, em seu primeiro dia de trabalho, e o diálogo entre eles é o que conduz o enredo. 
 
Educação e cultura 
Somente da rede pública estadual, 700 jovens de 16 colégios da capital assistiram ao espetáculo. Eles foram preparados pelos professores com explicações em sala de aula sobre a vida e a representatividade de Martin Luther King, além de discussões sobre temas como preconceito e identidade racial. 
 
Na ocasião, o secretário da Educação do Estado, Walter Pinheiro, destacou que a "educação sem arte não encontrará seu caminho. A parceria das secretarias da Cultura e da Educação vem em um momento importante, que nós demarcamos um campo sobre a questão da mudança no ensino médio. Isso aqui é uma demonstração de que é possível colocar a arte em sala de aula e colocar a cultura como elemento decisivo para nortearmos os caminhos da Educação". 
 
Para o secretário estadual de Cultura, Jorge Portugal, "esta é uma grande realização do Governo do Estado ao trazer as pessoas para exercer a sua cidadania cultural. São estudantes e pessoas de bases comunitárias que, em sua maioria, nunca entraram em um teatro. E esta é uma peça que dramatiza um assunto muito importante para a vida deles, que é a luta pela igualdade racial e pelo fim do preconceito". 
 
Transformação
Para o casal de atores, a sessão também foi especial. De acordo com Lázaro Ramos, ele foi um desses jovens que estavam na plateia. “Quando eu vi a primeira peça da minha vida eu era estudante de escola pública. Recebi um ingresso e vim assistir uma montagem sobre Canudos. Aquela foi uma experiência que transformou muito minha vida e tenho certeza que vários desses jovens foram transformados, foram tocados”. 
 
Já a atriz espera que "eles entendam que têm voz, importância e poder. E esse é o meu maior objetivo quando eu mostro uma peça para os jovens, que eles entendam que têm força. Que eles não virem massa de manobra”.
 
*Com informações da Secom
 
>> O assunto foi notícia na TVE
 
 
 

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