Estudantes realizam sarau e exposição no Imbuí sobre identidade, empoderamento e resistência

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Dentro da programação nas escolas da rede estadual do Novembro Negro, os estudantes do Colégio Estadual Professor Rômulo Almeida, localizado no bairro do Imbuí, em Salvador, protagonizaram, nesta quinta-feira (8), o 1º Sarau da Resistência. O evento, organizado pelos alunos da unidade pertencentes ao Coletivo Crespo, teve como ponto alto a exposição fotográfica “Cabelo crespo”, que reuniu 63 imagens de estudantes negros da escola, com a proposta de fortalecer a identidade afrodescendente. Declamação de poesias de autoria dos próprios alunos e palestra sobre empoderamento da juventude negra também fizeram parte das atividades. O cantor Alexandre Guedes, da Motumbá, fez uma apresentação especial com repertório voltado para "afirmação da resistência e empoderamento da juventude negra". 
 
Uma das organizadoras do Coletivo Crespo, a aluna Amanda Silva, 17, 3º ano, destacou a importância da realização do 1º Sarau da Resistência. “É um projeto que fala de negros e da necessidade de que a sua situação não é de vitimismo e sim de uma raça que vive em uma sociedade racista e escravocrata. Então, temos que estar sempre atentos para fortalecer a identidade do estudante negro na escola pública”.
 
A colega Ellen Jeniser, 16, 3º ano, destacou que a exposição de fotos de cabelos crespos é uma forma de sobrevivência social. “Nosso objetivo ao exibirmos rostos negros e seus cabelos característicos da raça é elevar a autoestima dos estudantes negros e mostrarmos que eles são capazes e têm o direito social de viver valorizando a sua identidade”.
 
Há 20 anos atuando na Educação na rede estadual, a professora de História da unidade, Jacira Silva, destacou o papel da escola no combate do racismo. “O colégio apoiou a criação do grupo Coletivo Crespo como uma forma de que fosse criado uma resistência visando a melhoria da autoestima dos nossos estudantes negros. O sarau, no caso, é a culminância de uma série de atividades que realizamos ao longo do ano letivo, envolvendo palestras sobre identidade negra, rodas de conversa e visitações ao Pelourinho”. 

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