Estudantes realizam exposição em homenagem a Salvador no Museu Udo Knoff

Fotos: Claudionor Jr
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A Rua Frei Vicente, no Pelourinho, onde está localizado o Museu Udo Knoff de Azulejaria e Cerâmica, serviu de palco-cenário para os estudantes do Colégio Estadual Azevedo Fernandes, também situado no bairro, apresentarem a culminância do projeto interdisciplinar “Salvador cantada em verso, prosa e cores”, nesta terça-feira (3). A exposição reúne 20 fotografias, 20 poesias e 18 azulejos pintados, confeccionados pelos próprios alunos. A mostra pode ser visitada gratuitamente, de terça a sá­bado, das 13 às 17h, até o dia 30 deste mês, no Udo Knoff.
 
O evento – que contou com a parceria do La­bo­ra­tório de Edu­cação Di­gital: Museu Arte e Cul­tura (LABDIMUS), órgão vin­cu­lado à Di­re­toria de Mu­seus do Ins­ti­tuto do Pa­trimônio Ar­tís­tico e Cul­tural da Bahia (DIMUS/IPAC) e aos mu­seus Tem­postal e Udo Knoff – foi incrementado com um sarau de po­e­sias dos es­tu­dantes e do grupo Po­e­musik – Po­esia Mu­si­cada, além de per­for­mances de mú­sicas e de dança.  
 
Morador do Pelourinho, o estudante Anderson dos Santos, 21, conta que o projeto contribuiu, principalmente, para fortalecer a sua identidade cultural. “Conhecer melhor os fatos históricos ligados ao nosso lugar abriu a minha consciência, passei a valorizar mais o local onde moro, ganhei mais autoestima e me transformei em um aluno mais interessado em adquirir novos conhecimentos”, revelou.
 
A aluna Bárbara Querino, 19, 8º ano, estava ansiosa para declamar “Cidade boa”, poesia que escreveu para retratar os lugares bonitos da capital baiana que tanto encantam turistas nacionais e estrangeiros. “Este projeto me trouxe vários ensinamentos, especialmente relacionados à cultura da nossa cidade. Foi importante, também, para ganharmos mais consciência sobre a questão de identidade com o nosso bairro, a nossa escola”, disse.
 
Kesia Brandão, 18, 3º ano, autora da poesia “Do alto do Elevador Lacerda”, declamou versos que falam desse importante monumento e sua história, que está vinculada ao Mercado Modelo, à culinária baiana e ao Forte de São Marcelo, na Cidade Baixa. “Para fazer o poema, pesquisei sobre a história e a cultura daquele lugar, então me enriqueci de conhecimentos”.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Escola e comunidade – A diretora da unidade escolar, Eliana Teles, destacou que a ex­po­sição faz parte de um con­junto de ações re­a­li­zadas pelo co­légio com o objetivo de fazer um re­corte do pro­jeto escolar geral “Pe­lou­rinho, ter­ri­tório (em) cantos de Sal­vador”, que visa apro­ximar a es­cola e a co­mu­ni­dade do local onde es­tudam e re­sidem, cons­truindo uma iden­ti­dade local e con­tex­tu­a­li­zando os con­teúdos. “Olhando as apresentações dos nossos alunos, a sensação é que conseguimos transpor os muros da escola e promover uma integração com os moradores e as famílias dos estudantes, mostrando-lhes que temos consciência de onde estamos, da importância da história deste lugar, que é o nosso território de identidade”, disse a gestora.
 
A idealizadora do projeto, a professora de Língua Portuguesa e Arte Adriana San­tana, e os colegas educadores de outras áreas do conhecimento, como Língua Inglesa, Identidade e Cultura, Física, História e Matemática, ressaltaram que, por meio da poesia, da fotografia e da pintura, os estudantes enalteceram os en­cantos da cidade e, ao mesmo tempo, aler­taram sobre os pro­blemas so­ciais do ambiente onde reside a maioria. “Construímos conhecimentos e consciência por meio de diversas linguagem e, através da arte, os alunos falaram de discriminação social, preconceito racial, etnia, identidade, cultura e pontos turísticos. O resultado é que os estudantes, especialmente os que moram no Centro Histórico, resignificaram as suas histórias, ganharam autoestima e não mais têm vergonha de assumir que moram no Pelourinho”, avaliou Adriana Santana.

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