Estudantes realizam ações de sustentabilidade na Cidade Baixa

A preocupação em disseminar uma maior consciência sobre a conservação do meio ambiente desencadeou diferentes ações pedagógicas envolvendo os mais de 1.500 estudantes do ensino médio regular do Colégio Estadual Landulfo Alves, no bairro de Águas de Meninos, em Salvador. Com o nome Sustentabilidade, o projeto é multidisciplinar e está agitando o cotidiano na unidade escolar. Um dos resultados poderá ser conhecido neste sábado (28/09), às 10h, no Desfile Recicla Moda, no colégio, reunindo roupas confeccionadas com materiais recicláveis, a exemplo de sacos plásticos, papel e papelão.

O principal objetivo do Projeto Sustentabilidade, segundo a diretora Gildaci Nogueira Bessa, é contribuir para uma mudança de atitude dos estudantes, no sentido de que assumam uma postura de cuidado com o meio ambiente dentro da escola e fora dela. Entre as ações que estão sendo realizadas, está o recolhimento do lixo gerado na merenda escolar pelos próprios estudantes a partir do descarte de diferentes tipos de embalagens. Esse material é destinado à reciclagem e também reaproveitado em salas de aula, na qual seminários, palestras e oficinas abordam, a partir do tema geral do projeto, subtemas como higiene, ressaltando a importância de se manter salas, banheiros e a escola limpa para um meio ambiente saudável.

Pela metodologia aplicada, as tarefas realizadas são pontuadas. Todos os professores participam e a avaliação leva em conta critérios como a ação desenvolvida, a participação e relatórios que são discutidos e apresentados pelos estudantes. Silvia Cerqueira, coordenadroa do projeto e professora de Língua Portuguesa, explica que, na disciplina , o estudo sobre sustentabilidade vai além do conceitual, da interpretação de textos e de regras gramaticais. “Com o projeto, a gente trabalha a desenvoltura, a comunicação oral. Eles acabam se desinibindo, se interando mais, gerando um clima de mais harmonia na escola”, avalia.

Limpeza - Por causa do projeto, recipientes para coleta seletiva foram instalados no colégio e muitas gincanas estão ocorrendo. Uma delas conseguiu recolher mais de 15 mil latas de alumínio. O material foi vendido e os recursos aproveitados para a ornamentação do desfile do próximo sábado. Caminhadas também reuniram estudantes em mutirões de limpeza pelas praias da Ribeira, Boa Viagem e Ponta do Humaitá, todas na Cidade Baixa. Em outra atividade, foram arrecadadas notas fiscais que, ao invés de serem destinadas ao lixo, foram doadas para uma instituição de caridade para a obtenção de benefícios por meio da campanha Sua Nota é um Show de Solidariedade.

A professora Silvia Cerqueira disse que a ideia também é fazer com que os alunos desenvolvam um senso sobre cidadania e coletividade. “Discutimos o meio ambiente de forma ampla, considerando a natureza, e mais: como o estudante está inserido nela e como é parte dela. Por isso, tratamos, por exemplo, do ambiente escolar, da saúde corporal, porque a saúde do corpo também é uma questão ambiental. Tudo isso, com o objetivo de chamar a atenção para ações do cotidiano que interferem na vida de cada um e de todos e que nos exigem atitudes sustentáveis”, afirmou.

Conscientização - Os estudantes avaliam que os resultados do projeto, que seguirá até 19 de outubro, estão sendo alcançados. Caune Linhares, 19, do 3º ano do ensino médio, diz que o projeto estimulou a pesquisa científica e a adoção de maiores cuidados com a escola. “Foi bem interessante poder pesquisar mais sobre os assuntos, aprender a reciclar, a cuidar melhor do lixo. A gente também aprendeu muito sobre o convívio, o respeito aos professores, interagindo, como é importante cuidar dos banheiros, a não gastar água, a manter as salas arrumadas, compreender que esses equipamentos também são utilizados por outras pessoas”, afirma.

Luis Cláudio Vasconcelos, 15, estudante do 1º ano, disse que o aprendizado gera um efeito multiplicador. “Não só gerou uma maior conscientização para mim, mas para a minha turma também. O tema da minha sala no projeto é preservação do patrimônio escolar e aconteceu de um menino de outra sala jogar papel no chão. A gente chamou atenção dele, ele se tocou, pediu desculpas e não fez mais isso. Até em casa a gente fala sobre isso porque é uma coisa que precisa ser levada a sério, ver como nossas atitudes, realmente, impactam no planeta e se a gente não cuidar não vai deixar muito para os nossos filhos”.

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