Estudantes indígenas realizam formatura com cerimônias culturais

Colégio Estadual Indígena Capitão Francisco Rodelas
Os estudantes concluintes do Ensino Médio do Colégio Estadual Indígena Capitão Francisco Rodelas (CEICFR), localizado no município de Rodelas, no Norte Baiano (a 547 km de Salvador), realizaram a tradicional cerimônia de formatura, na Aldeia Tuxá Mãe. Os participantes protagonizaram um rito de passagem de purificação e renovação alicerçado nos saberes ancestrais do povo Tuxá. Este ano, o tema foi "Celebrando o território sagrado Dzorobabé da Nação Tuxá", em homenagem ao território ancestral que, atualmente, vive um conflituoso processo de demarcação pela Fundação Nacional do Índio (FUNAI).
 
Na Educação Escolar Indígena do CEICFR são favorecidos o entrelaçamento dos conhecimentos universais e os saberes ancestrais buscando a valorização da cultura do povo Tuxá. Desta forma, os formandos – fortalecidos na cultura do povo Tuxá Aldeia Mãe e dotados de senso crítico – completaram mais um ciclo educacional e seguem, agora, para ocupar seus espaços nas universidades. Os gestores destacaram que eles “transformarão a sua realidade e difundirão a filosofia da unidade escolar de educar pelas mais diferentes trajetórias que cada um seguir; todos voltados para um único fim: o sucesso”. 
 
Já na Aldeia Indígena de Corumbauzinho, em Prado, no Extremo Sul Baiano (a 792 km de Salvador), os estudantes do 5º ano do Ensino Fundamental e do 3º ano do Ensino Médio do Colégio Estadual de Corumbauzinho, realizaram sua cerimônia de formatura vestidos com os trajes genuinamente indígenas. A atitude teve como objetivo representar o marco da resistência dos povos Pataxós, promovendo a valorização da cultura indígena e a afirmação/manutenção de sua diversidade étnica, de acordo com os princípios da Educação Indígena, proposta pela Secretaria da Educação do Estado.
Colégio Estadual de Corumbauzinho
 
O diretor da unidade escolar, Maicon Rodrigues, enfatizou a importância de realizar a colação de grau dos estudantes trajados a caráter. “Tem um significado valoroso para nós, que é o fortalecimento da cultura indígena. Neste final de ano formaram 23 estudantes, sendo oito do Ensino Fundamental e 15 do Ensino Médio. Nosso objetivo maior é que os nossos 130 estudantes sigam seu percurso formativo sem deixarem de ser indígenas, ou seja, que valorizem sua identidade cultural quando entrarem na faculdade. E, quando se graduarem, a exemplo do ex-diretor Rafael Ferreira Papa, que se graduou em Enfermagem e voltou para atuar profissionalmente na própria comunidade”.

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