Estudantes do Colégio Estadual Duque de Caxias protagonizam projeto sobre a reutilização do lixo

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Um dos maiores problemas ambientais de âmbito mundial, os resíduos sólidos – sejam escolares, domésticos, urbano, industrial, hospitalar ou nuclear – são base do projeto “Lixo vale ouro”. Protagonizado pelos estudantes do 2ª ano do Ensino Médio do Colégio Estadual Duque de Caxias, no bairro da Liberdade, em Salvador, o trabalho interdisciplinar, envolvendo as áreas de Biologia, Matemática e Física, tem como objetivo a incorporação de atitudes e olhares diferentes para a diversidade do lixo e o seu descarte inadequado. A ideia é estimular na comunidade escolar a intervenção e a implementação de novas práticas que possam amenizar os impactos ambiental, econômico e social.

A professora de Biologia Arlene Muti, orientadora do projeto “Lixo vale ouro”, fala sobre o trabalho e a sua importância no sentido de provocar o repensar das atitudes humanas em relação à produção, à reutilização, à reciclagem e ao descarte do lixo. “Estamos trabalhando com várias áreas do conhecimento, dentro da iniciação científica e matemática no cotidiano, visando diminuir o impacto do lixo no meio ambiente e o nosso carro-chefe é o lixo orgânico na produção de adubo. Os alunos estão desenvolvendo atividades como a plantação de mudas de pimentas em laboratório com materiais recicláveis. Para acelerar a produção de adubo orgânico, provocamos a produção de chorume com minhocas californianas”, relata.
 
Os estudantes completam, ressaltando que o lixo orgânico (resíduo sólido de origem vegetal ou animal, produzido nas residências, nas escolas, nas empresas e pela natureza) utilizado para adubar o plantio das pimentas é uma maneira de reduzi-lo no meio ambiente. O aluno Ícaro Luan Câmara, 19, comenta que o projeto lhe deu uma nova visão de mundo sobre a necessidade da reutilização do lixo no planeta. “É um trabalho fantástico, porque, através dele, ganhamos consciência e conhecimento não só acadêmico, como de vida. Ao mergulhar nas atividades práticas, a gente observa que é o homem o responsável pela produção e má descarte dos resíduos e a reeducação ambiental deve ser iniciada por cada um de nós”, avalia ele, que é monitor de turma.
 
A colega Núbia Ferreira, 16, também monitora, ressalta a importância do projeto não só para a comunidade escolar, mas para toda a sociedade. “Está sendo uma experiência inovadora. Passamos a ter uma visão diferente sobre a riqueza do lixo e como as nossas atitudes poderão agregar positivamente nas nossas relações sociais e do mundo do trabalho, tendo como ponto de partida a política dos 5 R´s: reciclar, reutilizar, reduzir, repensar e recusar”, considera a estudante, mostrando-se afinada com o tema.
 
 
Monitoramento
O professor de Matemática Ezequias Vieira confirma o entusiasmo dos alunos com o projeto, cujos dados estão sendo monitorados através de gráficos, filmagens e fotos. “Eles estão engajadíssimos. Não falam de outra coisa senão deste trabalho. Abracei a proposta da professora Arlene para contribuir, especialmente com a minha disciplina a partir da utilização de modelagens matemáticas para medir a eficácia do processo, como quantificar os produtos. Por exemplo, são dez equipes por turma e cada equipe planta 120 mudas de pimenta de diferentes espécies plantadas em protótipos de caixas de ovo e de casca de coco, que serão utilizadas para a confecção de geleia. Cabe a gente a monitoração do plantio, trabalhando com assuntos como porcentagem, regra de três e medidas de volume, de massa e de área”, conta.
 
O educador destaca, ainda, que o projeto visa chamar a atenção das autoridades públicas para a importância da coleta pública seletiva. “O que adianta fazermos a coleta seletiva na escola se na hora de recolher esse lixo separado ele é misturado de qualquer jeito pela empresa que faz a limpeza urbana? ”, questiona, adiantando que entre os dias 31 de julho a 4 de agosto, a escola irá realizar o seminário “Tipos de lixo” e apresentações temáticas.

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