Estudantes discutem educação para as relações étnico-raciais

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Foto: Emerson Santos - Ascom/Educação

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O Novembro Negro está sendo marcado por várias ações nas escolas estaduais da capital e do interior. Nesta sexta-feira (4), os estudantes do Colégio Estadual Presidente Costa e Silva, localizado no bairro da Ribeira, em Salvador, participaram de uma Roda de Conversa promovida pela Secretaria da Educação do Estado. Na pauta, questões como o enfrentamento ao racismo e a aplicação da Lei 10.639/03 que torna o estudo sobre a "História e Cultura Afro-Brasileira” obrigatório no currículo oficial da rede de ensino.
 
De acordo com a coordenadora de Educação para a Diversidade da Secretaria da Educação do Estado, Erica Capinan, a escola tem um papel fundamental na formação cidadã, o que inclui o fortalecimento da educação para a diversidade. “É preciso pensar na valorização da identidade de ser negro e como se colocar nessa identidade sendo negro na Bahia e em Salvador. Por isso, abordamos sobre empoderamento juvenil, as relações de gênero e sexualidade e o respeito às diferenças, com o enfoque étnico-racial. Trata-se de um debate aberto, no qual os estudantes falam a partir de suas realidades e visões de mundo”, destaca.
 
Para os estudantes, este debate contribui muito além do processo de ensino e aprendizagem, conforme pontua o presidente do grêmio estudantil “Re’Evolução”, Nivaldo Antônio Lopes Neto, 18, do 3º ano. “É essencial falarmos sobre nossa ancestralidade, pois estamos acostumados com uma sociedade que só lembra do negro uma vez no ano, mas, nos outros meses nós somos esquecidos. Daí a necessidade de estabelecer um diálogo constante dentro da escola e outros espaços, para se formar cidadãos com senso crítico”, afirma.
 
Por iniciativa do grêmio estudantil, a unidade escolar desenvolve todo ano, no mês de novembro, um projeto de consciência negra que visa trabalhar e contradizer a estética negra passada pela mídia. As ações do projeto acontecem de 16 a 19 de novembro e contam com feira cultural, palestras, debate sobre as cotas e violência contra a população negra. “É um trabalho que ressalta a estética e a beleza negra, pois as campanhas sempre exploram a figura da mulher negra de uma forma muito sensual e não as colocam como protagonistas. No nosso projeto, trazemos para o debate a história de Dandara, Zumbi dos Palmares e de todos que deixaram seus legados”, conta Nivaldo Neto.
 
A estudante Laís de Jesus Correia, 16, do 3° ano, que atua como diretora do Núcleo de Combate ao Racismo criado pelo grêmio estudantil, ressalta que o combate a todo tido de preconceito deve ser permanente. “Todos temos os nossos espaços e devemos ter respeito ao próximo independentemente da cor de sua pele, religião e nível social”, afirma.

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