A Aldeia Xukuru Kariri, no município de Glória, viveu um clima de competição amistosa, nesta sexta-feira (20), com o encerramento da Etapa Territorial dos Jogos Estudantis Indígenas da Bahia (Jeiba) dos 280 estudantes de cinco unidades escolares indígenas pertencentes ao Núcleo Territorial de Educação de Itaparica (NTE 24), cuja sede é em Paulo Afonso. Eles disputaram nas modalidades esportivas e tradicionais jogos como queimada, zarabatana, arco e flecha, corrida maracá, futebol de campo e arremesso de lança, nas modalidades esportivas e tradicionais. Ao final, foi realizado o Desfile Beleza Indígena, sob aplausos de todos.

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Fotos: Andréia Conceição

Empolgado, o estudante Marco Aurélio Cruz Campos (Arfér Jurum Cataá Tuxá), 8° ano, do Colégio Estadual Índígena Capitão Francisco Rodelas, disse que os Jogos Estudantis Indígenas da Bahia foi um dos “maiores acontecimentos” que aconteceu na sua vida. “Foi um momento ímpar, inesquecível. Pudemos compartilhar muitas informações vindas de outros povos, de outras culturas, de outras histórias. Tivemos momentos de euforia, de disputa, de lazer e de confraternização, que vão ficar marcados para nós e para nossas futuras gerações. Para mim, o evento foi muito gratificante, algo belo e serviu para entendermos o quanto somos parecidos em muitas questões, seja na arte corporal, nos cantos, nas danças e nos esportes”, declarou o indígena da Aldeia Mãe Tuxá.

Participaram, também, da Etapa Territorial dos Jogos Estudantis Indígenas da Bahia (Jeiba) estudantes do Colégio Estadual Indígena Santo Antônio do Pambu, Colégio Estadual Indígena Capitão Francisco Rodelas, Colégio Estadual Indígena Ângelo Pereira Xavier, Colégio Estadual Indígena Santa Rita de Cássia e Colégio Estadual Indígena Xucuru Kariri.

A técnica administrativa da Coordenação Indígena da Secretaria da Educação do Estado (SEC), Andréia Conceição, que representou a secretária da Educação, Rowenna Brito, destacou a importância do Jeiba na rede estadual de Educação. “Os Jogos Estudantis Indígenas é um marco importante na história da Educação da Bahia, por se tratar de um momento de resgate, celebração e troca de experiências entre os povos participantes. É, também, um momento de fortalecimento da cultura e identidades dos povos originários da Bahia”.

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Fotos: Andréia Conceição

Os Jogos Estudantis Indígenas da Bahia, uma iniciativa pedagógica da SEC, trazem à tona a memória e as histórias indígenas através da expressão corporal, do brincar e da celebração cultural, reforçando a memória coletiva, com o entendimento de que essas práticas esportivas são uma maneira de intercâmbio de experiências culturais e ancestralidade, contribuindo para a formação integral dos estudantes indígena. O preparo para a realização dessa atividade envolve uma série de ações e instrumentos pedagógicos, a exemplo de rodas de conversas com lideranças e mestres de saberes tradicionais, para que possam contar a história do povo, da prática de cada modalidade e da produção dos utensílios, artefatos, artesanatos e adereços que são utilizados no Jeiba.