Os estudantes do curso técnico em Guia de Turismo do Centro Territorial de Educação Profissional Litoral Sul (Cetep), em Maraú, estão desenvolvendo roteiros turísticos sobre a Península. A primeira viagem está marcada para o próximo domingo (16/07), envolvendo 15 mulheres da melhor idade inscritas no Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) de Maraú. Durante o roteiro, os estudantes irão repassar ao grupo, informações sobre aspectos socioculturais, históricos, ambientais e geográficos da Península. A atividade vai começar com um receptivo e saboroso café da manhã no próprio CETEP.

A proposta da atividade é fazer com que os alunos vivenciem situações da futura profissão ao organizar passeios turísticos que permitirão aos moradores desfrutarem e conhecer mais as belezas naturais de Maraú e de outras localidades, como Taipús de Fora e Campinhos.

Maiara Silva, 17, estudante do curso, explica que o café da manhã também será recheado de muitas lendas e histórias da região. “Falamos, por exemplo, da lenda do Cocumbi, muito conhecida aqui. Eram negros que não podiam entrar na Igreja de São Sebastião e aí criaram a sua própria capela, onde sambas aconteciam. Um dia, os brancos se pintaram de carvão e participaram do samba também”, conta se divertindo. “Essa capela é conhecida como a Igreja Nossa Senhora dos Pretos”, informa. Após o café da manhã, o ônibus seguirá para Taipús de Fora. “Lá tem uma gruta muito bonita, as pessoas ficam encantadas”, conta, revelando parte das belezas arquitetônicas que os visitantes encontram no Litoral Sul.

A ideia do projeto começou com o turismólogo Marcílio Góis, professor do Cetep, e conta com a participação da comunidade, de empresários locais e da Secretaria da Educação do Município que cede o ônibus para o tour. “Tem pessoas da comunidade que nunca fizeram uma trilha aqui. É importante que conheçam a geografia, a biodiversidade, a história, os patrimônios históricos, a beleza natural do lugar onde vivem. Todas essas informações são estudadas e pesquisadas pelos jovens e transmitidas para elas”, disse Marcílio Góis.

O professor ressalta que esta atividade é caracterizada como um estágio social, refletindo o trabalho como princípio educativo e a intervenção social como princípio pedagógico. O estágio é um componente curricular que coloca o estudante em contato direto com a realidade do mundo do trabalho. Possibilita, desta forma, que o estudante desenvolva habilidades e atitudes necessárias para agregar conhecimentos e práticas, exercitar a autonomia e emancipação, socializar e refletir sobre a relação dialética estabelecida entre teoria e prática.