Os estudantes do Colégio Estadual Alberto Silva, localizado no município de Simões Filho (29,9 km de Salvador), participaram, nesta quinta-feira (21), da segunda edição da Feira Literária de Simões Filho (FliSimões), realizada na própria unidade escolar. O evento, aberto ao público, contou com rodas de conversa, recital de poesias, oficinas, apresentações musicais, contação de contos, espaço gourmet e ações interativas, envolvendo a participação de grupos, associações, esportistas, poetas e dançarinos da comunidade. 

 

A feira, que este ano homenageia a antiga “Água comprida”, como era chamada a cidade, trouxe como tema central “O que é que Simões Filho tem? Linguagens, identidade e memória local”. A temática foi desenvolvida a partir do protagonismo dos estudantes e da valorização dos artistas e de figuras locais que fazem parte da história cultural da cidade. 

 

A programação também foi composta por palestras e apresentações de música e dança, como “A prática esportiva em Simões Filho”, com o skatista Claudio Santos; “A estética do corpo no projeto Abayomi”, com a participação da dançarina Gabriela Mel”; “A literatura e os leitores de Lívia Natália e Alessandra Sampaio”; “A literatura musical de Simões Filho”, com a participação dos estudantes que fazem parte da orquestra do Neojiba”; “Como empreender em Simões Filho: quitutes de Eva e Joana”; “Discurso em cena: a vozes dos jovens e adultos do Colégio Estadual Alberto Silva (CEAS)”; “A estética afro na passarela”; Sarau da onça”; além da oficina de turbante. 

 

O estudante Dansley Costa Andrade, do eixo VI da Educação de Jovens e Adultos (EJA), falou sobre a relevância da feira literária. “Este é um projeto importantíssimo para o movimento negro na cidade de Simões Filho, que tem a finalidade de combater a desigualdade social, o preconceito e o racismo na nossa cidade. Esta feira é essencial para o aprendizado dos estudantes tanto da rede estadual, quanto da rede municipal, pois traz mais conhecimento sobre os nossos ancestrais e nosso povo”, afirmou.

 

Já a estudante Iolanda Santos Bonfim, também do eixo VI da (EJA), que é bailarina afro da instituição Abayomi, encantou a todos com a sua apresentação. “Este evento é um marco na cidade. Participar da feira é uma grande experiência e que todos nós alunos deveríamos vivenciar dia após dia, pois é um momento de mostrar o que é o preto periférico, a nossa raça, para que todos possam entender o significado de cultura”, destacou.

 

A diretora do colégio, Idanísia Vieira Matos Viana, também destacou a importância da feira para o estímulo à leitura. “Trata-se de um projeto que instiga o interesse dos nossos alunos pela leitura, no qual os professores se interagem de forma que o aprendizado do aluno acontece de forma individual e coletiva. Além disso, é uma experiência fantástica para toda a comunidade escolar e comunidade do colégio, pois os estudantes se identificam com o tema e acabam aprendendo um pouco mais sobre as suas raízes”, enfatizou a gestora.