Estudantes cultivam e distribuem mudas nativas para reflorestamento em Morro do Chapéu

Palavras-chave:
Fotos: divulgação
A mata nativa da região de Morro do Chapéu, no centro norte da Bahia, está recebendo um aporte significativo de plantas nativas, graças a um projeto de reflorestamento que vem sendo desenvolvido por estudantes do Centro Territorial de Educação Profissional (CETEP) da Chapada Diamantina II, localizado no município. Em um viveiro construído no CETEP, os estudantes plantam, cultivam e distribuem mudas. Os resultados são dos mais surpreendentes. No espaço já são cultivadas mais de 900 mudas nativas de cerca de 12 espécies, como Angico, Tamboril, Jatobá, Licuri, Mucunã e Pereiro Rosa.
 
Até agora já foram plantadas 975 mudas no Parque São Mário e Morro do Cristal e doadas 300 mudas a donos de propriedades rurais. A ação acontece mediante parceria com a empresa de energia renovável Enel Green Power e o Serviço Nacional de Aprendizagem Industria (SENAI). As sementes das plantas são disponibilizadas pela própria Enel Green Power que, depois de crescidas, as adquire para viabilizar os plantios em áreas da região. O viveiro também serve como campo de estágio para os estudantes, ampliando o processo de aprendizado e contribuindo para que eles vivenciem na prática o que aprendem em sala de aula.
 
O aluno do curso técnico de Agropecuária, Ariel Mahatman, 18, conta como foi a sua experiência. “Foi muito importante porque pude colocar em prática o que aprendi em sala de aula, ampliando os meus conhecimentos. Foi muito proveitoso atuar na área da silvicultura (ciência que se dedica ao estudo dos métodos de regenerar os povoamentos florestais), principalmente porque temos na nossa região muita área degradada e, com este projeto, estamos contribuindo para melhorar a situação”. O projeto, inclusive, foi apresentado e selecionado para a 7ª edição da Feira de Ciências, Empreendedorismo e Inovação da Bahia (FECIBA), no ano passado.
 
O colega Humberto Bispo, 19, que finalizou o curso técnico em Agropecuária no final de 2018, também comenta sobre o projeto de reflorestamento das matas de sua região. “O estágio me despertou para a importância de cuidarmos melhor de nossas matas e o interessante foi colocar a teoria em prática, além de ter aprendido novos conteúdos, a exemplo dos métodos de quebra da dormência da semente, como a escarificação, que consiste na abrasão das sementes sobre uma superfície áspera para facilitar a absorção de água”.
 
Ampliação
A técnica em Meio Ambiente, responsável pelo viveiro, Jaqueline Gonzaga, explica sobre as expectativas para 2019. “Nosso objetivo é dar continuidade a este projeto que visa o reflorestamento de áreas degradadas e ajudar os proprietários rurais, com a doação de mudas nativas, a reflorestarem suas áreas. Considero que a iniciativa tem agregado um grande valor à unidade escolar e à comunidade, que já se tornou o nosso parceiro. A população nos traz sementes, a gente oferta uma muda e assim realizamos uma troca que tem transformado a consciência da população”, ressalta a técnica, formada pelo CETEP da Chapada Diamantina II.

Notícias Relacionadas