Estudantes apresentam pesquisas com o cacau e a mandioca na VIII Febafes

Fotos: Claudionor Jr. - Ascom/Educação

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Estudantes da Educação Profissional e Tecnológica da rede estadual de ensino apresentaram, nesta quinta-feira (30), os seus projetos no I Simpósio de Pesquisas e Experiências em Agricultura Familiar e Desenvolvimento Rural, durante a II Bahia Rural Contemporânea e a VIII Feira Baiana de Agricultura Familiar e Economia Solidária (FEBAFES), que integram a 30ª Feira Internacional da Agropecuária (FENAGRO), no Parque de Exposições da Bahia, em Salvador. São experiências com grande alcance para agricultores familiares.
 
Os alunos do curso técnico em Agropecuária do Centro de Educação Profissional (CETEP) do Recôncavo, em Santo Antônio de Jesus (a 190 km de Salvador), mostraram ao público do evento o resultado de duas pesquisas, voltadas à Agricultura Familiar. Ao apresentar o projeto “Modelo alternativo de barcaça solar de amêndoas de cacau para a Agricultura Familiar”, o estudante Luan Ribeiro, 20, do CETEP do Recôncavo, explicou o benefício de uma secagem adequada do cacau para reduzir o teor de umidade das amêndoas. “Isto assegura a conservação durante o armazenamento e a redução da acidez. As barcaças de secagem natural são essenciais para dar uma uniformidade, bem como segurança do processo, garantindo qualidade do produto”.
 
Partindo desse princípio, Luan e equipe desenvolveram um protótipo de barcaça, feito em madeira leve de baixo custo, tendo como base pneus de carro de mão, para atender às necessidades dos agricultores familiares. “Realizar este trabalho foi um ganho de experiência fantástica e estar aqui apresentando o nosso projeto em um simpósio desse porte é muito gratificante”.

Já o estudante Thiago dos Santos, 18, também do curso técnico em Agropecuária, apresentou no simpósio o projeto “Aplicação da manipueira no município de Santo Antônio de Jesus”. “Trata-se de um resíduo líquido leitoso resultado da prensagem da mandioca, durante o processo de fabricação da farinha ou da goma. Esse produto possui alta carga de matéria orgânica e ácido cianídrico que, quando descartado no ambiente de forma inadequada, constitui-se em uma fonte de contaminação do solo e das águas”, explicou o aluno. No entanto, ressaltou, a manipueira pode ser de grande valor nas comunidades rurais, a partir da sua utilização de forma racional e sustentável como adubo orgânico, bioinseticida e alimentação animal. “Nosso trabalho tem o objetivo de mostrar ao agricultor familiar que ele pode usar o produto natural sem agredir o meio ambiente e agregar valor ao seu produto”, disse o aluno.
 
A professora orientadora do CETEP do Recôncavo, Rozane Garcia, falou sobre o alcance dos projetos. “Notamos que há uma carência de desenvolvimento de trabalho voltado para esse produtor e o curso técnico de Agropecuária tem buscado oportunizar esses pequenos produtores para que eles tenham uma inserção no mercado ao deixar de fazer a secagem de maneira rústica, como é feita”. Já as inúmeras Casas de Farinha da região, completou a educadora, motivou os seus estudantes a pesquisarem sobre a manipueira e mostrar aos pequenos agricultores que, ao invés de degradar o meio ambiente, a partir do seu descarte inadequado, ele pode agregar valor à sua produção e diminuir os custos de produção.
 
Outros projetos
Os estudantes do Centro Educacional Antônio Honorato, no município de Casa Nova (a 573 km de Salvador), também apresentaram os seus projetos  “Cultivo de mamão orgânico com cobertura morta”; “Eficiência da cobertura morta do solo em canteiros de coentro no sistema orgânico de produção”;  e “Capacitação de pequenos agricultores para a criação racional de abelhas nativas do semiárido”.
 
O simpósio foi promovido pela Secretaria de Desenvolvimento Rural do Estado da Bahia (SDR), por meio da Coordenação Executiva de Ensino, Pesquisa e Extensão Tecnológica (CEPEX), em parceria com a Rede Baiana de Pesquisa, Ensino e Extensão em Agricultura Familiar e Desenvolvimento Rural.

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