O clima era de expectativa no Colégio Estadual Almirante Barroso, em Paripe, na manhã desta quarta-feira (29/05). Os estudantes da unidade e das escolas estaduais Sete de Setembro, Edson Tenório de Albuquerque e Professor Carlos Barros, todas situadas no subúrbio de Salvador, aguardavam o artista baiano Carlinhos Brown para a palestra O Possível é Possível. No evento, uma realização da Caixa Econômica Federal, em parceria com a Secretaria da Educação do Estado da Bahia, o cacique do Candeal falou sobre temas diversos, como cidadania e respeito ao próximo.

Antes de Carlinhos Brown iniciar sua palestra, o superintendente de Organização e Atendimento da Rede Escolar da Secretaria da Educação do Estado, José Maria de Abreu, e o gerente de marketing da Caixa Econômica, Celmar Batista, pronunciaram breves palavras de incentivo ao debate na escola pública. “Quero agradecer à Caixa Econômica e a Carlinhos Brown por estarem aqui, no subúrbio de Salvador, proporcionando a junção de estudantes de várias escolas, simbolizando uma união cidadã”, disse José Maria.

O representante da Caixa Econômica destacou: “Os eventos que temos realizado com nossos artistas nas escolas da rede pública têm sido muito positivos. Nosso trabalho, desenvolvido em parceria com a secretaria de Educação, tem por objetivo estimular esses jovens estudantes a enxergar outras perspectivas e acessos”.

À frente da organização do evento no Colégio Almirante Barroso, o diretor Paulo Péricles ressaltou que a vinda de Brown ao ambiente escolar criou uma grande expectativa entre os alunos. “Ele é uma figura pública que desperta a motivação dos estudantes para alimentar seus sonhos e romper os muros sociais, mostrando a possibilidade de um mundo de vencedores”, disse.

A estudante do Colégio e presidente do fã-clube da escola de Carlinhos Brown, Sheila Coelho, contou que sua ansiedade com a palestra do ídolo era tão grande que teve insônia por duas noites seguidas. “Acho muito importante a vinda dele aqui na escola porque ele, com sua inteligência e capacidade de envolver as pessoas no seu discurso, vai ajudar e nos incentivar a participar mais da vida cultural de nossa escola e de buscar nossos sonhos”.

Cristian Carvalho, também do Almirante Barroso, disse: “O que mais admiro em Carlinhos Brown é que ele correu atrás de seus objetivos e venceu. Isso pode ser um exemplo de vida para todos nós, estudantes”. A colega Laisse Maria Machado revelou estar adorando receber, em sua escola, um artista famoso. “Saber um pouco da vida dele, saber como ele subiu na vida foi muito bom”, constatou a estudante.

Bate-papo – Como é do seu perfil, Carlinhos Brown promoveu um bate-papo interativo com os estudantes, que, com celulares e máquinas fotográficas em punho, registraram todos os momentos. “Podem ver, sou de carne e osso, como vocês. Somos cidadãos baianos e devemos lutar o tempo inteiro por coisas boas, como esta que está acontecendo aqui, hoje: a junção das escolas”, disse o músico. Ele propôs começar com música, entoando seu mais recente sucesso, Tantinho (“Fiz essa canção em coma de amor...)”, com a cumplicidade dos estudantes, que cantaram uníssono.

“Acho muito importante a vinda dele aqui na escola porque ele, com sua inteligência e capacidade de envolver as pessoas no seu discurso, vai ajudar e nos incentivar a participar mais da vida cultural de nossa escola e de buscar nossos sonhos”. - Sheila Coelho

Ao terminar a canção, indagou: “Alguém quer me fazer uma pergunta?”. Um representante de cada colégio presente lançou sua curiosidade. Perguntaram-lhe, por exemplo, o porquê de ainda manter um “comportamento humilde” de comparecer a um evento em um colégio público. “Não sou humilde por estar aqui. Estou aqui porque sou cidadão, tenho respeito pelas pessoas e quero ajudar. Hoje, sou muito feliz, mas já enfrentei a fome. Minha mãe me teve aos 14 anos de idade. Tudo que faço de bom, hoje, é para honrar minha mãe. Por isso, temos que reverenciar nossos pais e dar orgulho a eles. E o maior orgulho que vocês podem dar a eles é seguir o caminho da honestidade”, respondeu.

Carlinhos Brown falou, sobretudo, da importância de correr atrás dos sonhos, de respeitar um ao outro e de buscar contrapartidas sociais para o bem coletivo. “Não podemos vencer pela violência, mesmo que sejamos de times diferentes. Civilidade não tem time”, disse o músico aos estudantes. Ele, que costuma fazer cerca de dez palestras ao ano em escolas públicas de todo o País, acredita que essa atitude é parte de seu trabalho, que teve início na sua escola de música Pracatum (no Candeal), cuja metodologia se baseia em referências e práticas culturais pertinentes ao universo do aluno, buscando incentivá-los para que se apropriem e produzam novos conhecimentos. “Não se faz política social de boca, se faz com ação”, pontua.