Aulões facilitam ingresso de alunos da periferia no ensino superior

Morador do bairro de Valéria, na região periférica de Salvador, Jonatan Santos de Oliveira encontrou nos aulões do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) o passaporte para o futuro. Enquanto cursava o 3º ano do ensino médio no Colégio Estadual Professora Noêmia Rêgo, ele teve o apoio do projeto ‘Enem, posso ajudar?’. “Consegui ingressar na faculdade graças a um projeto, que era o 'Enem, posso  ajudar?'. Era aberto à comunidade, qualquer pessoa poderia participar”, explica o agora estudante de Educação Física.

“O aulão agrega conhecimento e possibilita ao aluno uma perspectiva diferente", Anna Beatriz, estudante de Fisioterapia

De acordo com o idealizador do projeto, o professor de língua portuguesa Edson Lima, a iniciativa surgiu a partir da demanda dos próprios alunos. “Fui percebendo uma carência muito grande da comunidade. Eles queriam, cada vez mais, estar na escola fora do momento das aulas regulares. E exemplo disso são os alunos que estudaram aqui conosco e hoje estão dando aula no projeto 'Universidade Para Todos'. Primeiro, o que deu certo foi o desejo do aluno, porque não adianta o professor querer se não tem o interesse do aluno”.

Anna Beatriz Costa da Silva cursa Fisioterapia e aponta o projeto como um diferencial para o ingresso no ensino superior. “As matérias que eu obtive as melhores notas no Enem foram justamente as que eu vim para os aulões. O aluno, depois que passa pelos aulões, passa a acreditar que pode ir mais além”. Tairys Nery Santos, também ex-participante do projeto, destaca que “o aulão agrega conhecimento e possibilita ao aluno uma perspectiva diferente, um novo olhar, uma nova perspectiva de mundo e de conhecimento, de tudo”.

 

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Segundo o professor Lucas Santana, essa conquista de confiança dos estudantes é o maior ganho do projeto. “O aulão vai além da sala de aula. Um dos grandes problemas de trabalhar numa escola pública da periferia é lidar com a autoestima do aluno, é convencer o aluno de que ele pode acessar a universidade. A equipe que a escola oferece é preparada. Essa  linguagem que a gente tem a oportunidade de abordar aos sábados consegue convencê-los. Eles [os estudantes] sentem que não estão num barco à deriva”.

Fonte: Secom

 

 

 

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