A oportunidade de frequentarem os cursos técnicos oferecidos pelo Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (PRONATEC) Prisional está trazendo novas perspectivas de acesso ao mundo do trabalho para os alunos egressos do sistema penal ou que cumprem penas alternativas em regimes fechado, semiaberto e abertos. Com a formatura em Agente de Limpeza e Conservação e Eletricista Instalador Predial de Baixa Tensão, realizada na segunda-feira (17), no auditório da Secretaria da Educação do Estado da Bahia, os 17 diplomados na primeira turma do programa acreditam que portas se abrirão no mercado para que possam recomeçar a vida com dignidade.

 

É com esta fé que a formanda A.A.J., 37 anos, diplomada no curso de Agente de Limpeza e Conservação, agradece aos educadores pela contribuição para a sua formação técnica e cidadã. “Estou muito feliz porque, graças ao trabalho que os professores realizaram com a gente, estamos agora provando para a sociedade a nossa capacidade de regeneração. Em 2008 fiquei presa por seis meses e quando sai decidi que nunca mais voltaria para o mundo do crime. Tornei-me mãe de quatro filhos e já tenho dois netos. Ter construído a minha família com dignidade e, agora, tendo a chance de voltar ao mercado do trabalho me fazem uma pessoa cada vez melhor”, relatou ela que, enquanto não consegue um emprego fixo, vende bijuterias.

 

O colega R.S.L., 34 anos, que atualmente cumpre pena semiaberta, fala com orgulho da sua conquista e também agradece pela oportunidade de exercer o direito constitucional de estudar. “Concluir o curso de Agente de Limpeza e Conservação tem um significado muito grande para mim, que no passado cometi delitos e, hoje, me vejo completamente recuperado, convicto de que aquela vida que levava nunca mais vou querer para mim. Abracei a oportunidade que estou tendo para ser inserido no mercado de trabalho com muita força e esperança”, conta ele, que vende pizzas que produz em sua própria casa.

 

Uma das professoras do curso de Agente de Limpeza e Conservação, Dione dos Santos, fala sobre a experiência de ensinar para pessoas egressas do sistema prisional ou com privação de liberdade e a importância do programa que busca oportuniza-las no mundo do trabalho. “É um trabalho muito gratificante e não menos desafiador. A nossa prática é voltada para a transformação delas e a elevação de sua autoestima, contribuindo para que adquiram a crença de que é possível mudar de vida e ganhar novas perspectivas de sobrevivência a partir do conhecimento, dos estudos”.

 

Sobre os cursos – Os cursos técnicos do PRONATEC Prisional são ofertados na Bahia pela Secretaria da Educação do Estado (SEC), com o objetivo de contribuir para a ressocialização das pessoas que passaram por situação de privação de liberdade.  As primeiras turmas do PRONATEC Prisional na Bahia tiveram início em agosto deste ano e 19 municípios foram beneficiados. Até janeiro de 2019 um total de 600 alunos deverão se formar nos cursos oferecidos pelo programa, entre os quais os de Montador e Reparador de Computadores, Pedreiro, Padeiro e Pizzaiolo.