Estudantes da Escola Parque usam reciclados na decoração de Natal

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Com uma decoração de Natal elaborada com material reciclado, os alunos do Centro Educacional Carneiro Ribeiro – Escola Parque, na Caixa D´Água, em Salvador, deram uma aula de produção sustentável. Eles buscaram, no próprio bairro, a matéria-prima necessária para produzir os objetos que enfeitam a unidade escolar nos festejos de final de ano. São garrafas pet, caixas de papelão, cordas, barbantes, retalho de tecido, arame, metal e revistas transformadas em árvores de natal, anjos, presépios e guirlandas natalinas.

Tudo reutilizado numa decoração que conta com presépios em biscuit e em cerâmica, além de guirlandas natalinas. Dentre as peças expostas, o presépio afro chama a atenção pela originalidade. Além de todos os componentes feitos de cerâmica, o presépio traz elementos da cultura afro e animais das faunas brasileira e africana.

O estudante da 5ª série da Escola Anísio Teixeira, Jonathan Nascimento, explica como foi feito o trabalho “Nós pegamos a argila, tiramos as impurezas, e fomos dando forma, criando, usando nossa imaginação, depois, deixamos a argila secar e pintamos também de forma livre, somos livres para nos expressar”, conta. Willie Santana, estudante da 7ª série da Escola Classe, participou da produção de um anjo em tamanho humano. Ele explica que todo o material estava em desuso na escola e com um corte específico e cola, foram transformados em uma nova peça. Assim como o ramalhete de flores feito de lata de leite na oficina de serralheria, a árvore de natal de retalhos de tecido e as guirlandas, de cordas, barbantes e papel de revista.

Produção – O processo de produção nas oficinas começa com a apresentação do que é reciclagem e de como esse procedimento beneficia o meio ambiente, a economia e a sociedade. O primeiro passo, porém, é a coleta da matéria-prima. Nesta etapa, os estudantes, atuam na busca por materiais recicláveis que surgem na rotina diária de cada aluno. “Os materiais vêm do dia a dia, são aqueles objetos descartados nas casas, na vizinhança e até da rua. Se eu estiver andando e encontrar algum objeto no meio da rua, eu pego e trago para a oficina. Tudo pode ser reaproveitado”, disse Willie.

Na prática, o processo de coleta é natural e os torna mais conscientes. “Como eles trazem muito material da rua para que sejam reutilizados, eles sabem que tem que preservar a natureza,” disse a coordenadora pedagógica do Núcleo de Artes Visuais, Eliete Ribeiro. Oficinas – O Centro Educacional Carneiro Ribeiro – Escola Parque oferece 26 somente no campo de artes visuais. Entre elas, oficina de cerâmica, biscuit, madeira, serralheria, corte e costura, pintura em tela.

Os cursos, complementares ao currículo regular, são realizados durante o todo o período letivo, com alunos, pais e integrantes da comunidade. A estudante Ioná dos Anjos, 8ª série da Escola Classe II, participa das oficinas de informática, handebol e pintura em tela. Ela acredita que a arte está no seu futuro “Eu amo a arte. Desde pequena eu desenho com papel e lápis, e agora, depois da oficina, já participo até de exposições.”, completa.

Segundo o gestor da Escola Parque, Gedean Ribeiro, as oficinas surgiram da necessidade de envolver os alunos e conscientizá-los da questão de sustentabilidade, uma pauta urgente da sociedade. “Não estamos preocupadas com o belo, mas com a possibilidade de preparar o homem para o mundo, desenvolver as habilidade dele, e mostrar que ele é capaz”, completou do gestor.

Conscientização – Antes das produções, os professores realizaram palestras, leitura de livros e organizaram junto com os alunos o dia D da sustentabilidade. A ideia era conscientizá-los da importância da sustentabilidade para a preservação ambiental. O trabalho realizado já apresenta resultados dentro da escola e fora dela. “O comportamento e o comprometimento dos estudantes com o meio ambiente mudou com a participação nas oficinas.” Foi o que constatou a coordenadora pedagógica do Núcleo de Artes Visuais, Eliete Ribeiro. “A partir das oficinas, a gente percebe a mudança de comportamento na própria escola, eles preservam a escola limpa, têm cuidado com a escola para que nada seja destruído”.

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