Ex-preso político e atual chefe de gabinete da Secretaria da Educação fala do momento histórico que completou 50 anos

Paulo Pontes, ex-preso político e atual chefe de gabinete da Secretaria da Educação do Estado da Bahia, participa neste sábado (16/08), do 7º Congresso de Estudantes do Colégio Oficina (Conesco), em Vitória da Conquista. Na oportunidade ele fará um relato sobre a Ditadura Civil Militar que transformou os rumos do País e marcou para sempre a história de sua vida.

O economista e professor Paulo Pontes também falará sobre as iniciativas da Secretaria da Educação do Estado da Bahia, por meio do projeto Ditadura Militar – Direito à Memória – 50 anos do golpe de 1964. Desenvolvido nas escolas públicas, desde 2013, o projeto contribui para despertar a comunidade escolar sobre esse momento da história do País e envolveu exposições, lançamentos de livros, palestras, debates, apresentações artísticas, discussões em sala de aula e resultou na mudança de nomes de escolas, a exemplo do Colégio Estadual Presidente Emílio Garrastazu Médici para Colégio Estadual do Stiep Carlos Marighella, em Salvador.

Em 1º de abril de 1964, Paulo Pontes participou de uma manifestação estudantil em Pernambuco contra a repressão, quando presenciou a morte de seis pessoas, inclusive do colega Jonas José, de 16 anos. “Nessa manifestação, participei como um estudante comum, não era envolvido com nenhuma organização política. Aquela foi a minha primeira participação contra a ditadura militar. A partir daí, passei a integrar o Grêmio Estudantil do colégio e participar do Clube Literário Monteiro Lobato. Motivo para ter sido intimado, fichado e detido várias vezes pelo Dops de Pernambuco”, relata.

Em 1968, o professor foi preso em uma manifestação popular contra o regime militar que já tinha vitimado muitos combatentes, entre os quais o estudante Edson Luís. Após participação política contra o golpe  em Pernambuco (sua terra natal), veio para a Bahia como fugitivo do regime, mas acabou preso em outubro de 1970, quando sofreu torturas e permaneceu preso por mais de oito anos na Penitenciária Lemos de Brito. Dentre as marcas da ditadura em sua vida, está a morte da sua então esposa, Lourdes Maria Vanderley Pontes, no Rio de Janeiro, pelas mãos dos militares.

Mulheres em Luta- A assessora do Gabinete da Secretaria da Educação do Estado da Bahia, Tânia Miranda, também vai participar do Conesco, palestrando sobre o tema Mulheres em Luta, quando vai contar as suas memórias durante os anos de ditadura.

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