Exposição de projetos científicos, realização de oficinas, ciclo de palestras e mostra fotográfica foram algumas atividades da 6ª Feira de Conhecimento que mobilizaram os estudantes da Escola Estadual Maria José de Lima Silveira, no município de Sobradinho (a 602 km de Salvador). Realizada no âmbito do Programa Ciência na Escola – desenvolvido pela Secretaria da Educação do Estado da Bahia –, a atividade aconteceu nesta quinta-feira (1º), em paralelo à Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, sediada na unidade escolar e promovida pela Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF) ..  

 

Dentro da programação da feira, os projetos de iniciação científica foram os que mais despertaram a atenção da comunidade escolar e dos visitantes. Entre os trabalhos de anos anteriores, destaque para “Velho Chico pede socorro” e “Barco sustentável”, ambos apresentados na Feira de Empreendedorismo, Ciência e Inovação (FECIBA), promovida pela Secretaria. Já na ala dos 25 projetos inéditos, um dos destaques foi o “Carro-monstro para mapeamento de sementes”, do estudante Cadmiel Moreira, 13, 8º ano.

 

Ele explica que a ideia partiu da proposta de criar um carro acessível aos trabalhadores rurais para jogar as sementes na terra em uma distância calculada adequadamente. “É uma espécie de helicóptero caseiro, feito de cano de PVC, adaptado para monitoramento de áreas degradadas, podendo semear a área metro a metro. A partir de uma câmara com acesso à internet, o agricultor poderá acompanhar a sua plantação à uma distância de até quatro quilômetros”.

 

Já o aluno Nicassio dos Reis, 17, 9º ano, apresentou o “Caminhão-pipa adaptado para caminhão de bombeiro”. Ele contou que a criação surgiu a partir da constatação que em sua cidade, Sobradinho, não há carro de bombeiro. “Resolvi, então, adaptar um carro-pipa capaz de lançar água em alta pressão, a partir de uma mangueira, para apagar eventuais incêndios. O lançamento da água se dá através de uma bomba adaptada à caixa de embreagem do carro e conectada ao tanque. Para implantar o projeto na cidade é preciso auxílio do poder legislativo, a exemplo da prefeitura”, explicou.

 

A professora de Ciências, Cida Nunes, ressalta que a 6ª Feira de Conhecimento da escola representa a culminância dos trabalhos realizados ao longo do ano letivo. “Eles mergulham na teoria e em pesquisas, bem como em visitas técnicas, a partir de uma ação coletiva, fundamentando, assim, os seus projetos de iniciação científica. Eles vivenciam a realidade, sugerem alternativas para a solução de problemas e partem para a prática, como é o caso dos trabalhos voltados à Barragem de Sobradinho, que é o maior lago artificial da América Latina e vítima da degradação do rio”, destacou a educadora.