Os estudantes das escolas estaduais de Salvador estão tendo a real dimensão de como é constituído o corpo humano nos seus mínimos detalhes, por meio de visitas pedagógicas na exposição ‘Fantástico Corpo Humano’, instalada no Shopping Salvador, na capital baiana. A ação, promovida pela Coordenação de Educação Ambiental e Saúde da Secretaria da Educação do Estado, tem como proposta inseri-los em uma atividade sobre a temática Educação para a Saúde, visando enriquecer o processo de aprendizagem de forma prática e lúdica. A proposta é que 1.780 estudantes, todos participantes do projeto Saúde na Escola, visitem a mostra. Até o momento, já participaram 44 escolas estaduais.

 

Orientados por profissionais da área de Saúde, os estudantes passeiam pelos sistemas esquelético, muscular, nervoso, respiratório, digestivo, cardiovascular, circulatório e reprodutivo. A exposição apresenta, ainda, um espaço especial para a vida fetal e a Medicina moderna. A partir da atividade orientada, os alunos passam a compreender melhor algumas doenças, como o câncer de mama e de cólon, bem como a cirrose hepática, gravidez ectópica, artrite, osteoporose e fraturas ósseas. 

 

O estudante Eduardo Souza, 17, 3º ano, do Colégio Estadual Ailton Pinto de Andrade, no bairro de Lobato, em Salvador, se mostrava impressionado com o que via nas galerias da exposição e entusiasmado com a oportunidade de compreender, na prática, os conteúdos que havia aprendido em sala de aula. “É muito interessante conhecer o corpo humano por dentro”, disse. O colega Josué de Jesus, 18, também ficou deslumbrado ao ver de perto os órgãos e estruturas do corpo, como os músculos e suas funções. “O corpo humano é muito perfeito. Visitar esta exposição está sendo muito importante para que a gente avance nos conhecimentos que adquirimos no colégio”.

 

Ao mesmo tempo que explica cada função e funcionamento dos sistemas que envolvem o corpo humano, a fisioterapeuta Ticiana Cerqueira foca nas patologias visando sensibilizar os estudantes para a importância de cuidar do corpo para evitar doenças e aumentar a qualidade de vida. A instrutora destaca, por exemplo, a necessidade de evitar o uso do celular na hora de dormir para não atrapalhar as funções celebrais.

 

“Por conta da iluminação do aparelho celular, o cérebro fica por mais tempo em estado de alerta e não descansa. Aí acontece de a pessoa acordar cansada, embora tenha dormido. Então, nada de ficar no zap ou no Facebook até tarde. É preciso ter um horário para dormir sem a influência de estímulos luminosos, para o cérebro entender que está na hora de dormir. Se o cérebro não descansa, terá dificuldades de absorver o conteúdo das aulas, no dia seguinte”, chama a atenção a fisioterapeuta.

 

Após a explicação, a estudante Camila Ribeiro, 17, 3º ano, admitiu que precisa mudar os hábitos para não atrapalhar o seu sistema nervoso. “Muito importante o que ela falou. Eu costumo adormecer com a TV ligada e acaba que o meu quarto não fica totalmente escuro, como ela disse ser necessário para que o cérebro descanse. Se temos o conhecimento, fica mais fácil de mudar os hábitos em nome da nossa saúde”, considera a aluna. 

 

Outras orientações são passadas para os estudantes visitantes, como a importância de cuidar da higiene bucal “para salvar o cérebro”, já que as bactérias e toxinas de gengivas doentes podem penetrar na corrente sanguínea e provocar coágulos, bloqueando o fluxo de sangue no cérebro. Mais dica: para manter a capacidade cognitiva durante toda a vida, “o ser humano deve manter-se fisicamente ativo, não fumar, ter uma vida social ativa e conservar permanentemente o interesse por aprender”.

 

A atividade pedagógica instiga os estudantes a observarem a forma de funcionamento dos sistemas que compõem o corpo humano, viabilizando discussões sobre anatomia e fisiologia, como explica o coordenador de Educação Ambiental e Saúde da Secretaria da Educação, Fábio Barbosa. “O nosso objetivo é que os estudantes da rede tenham um processo de aprendizagem significante, incorporando o conteúdo através da observação, do diálogo, da curiosidade e da investigação. É uma oportunidade para que eles se empoderem dos temas para o enfrentamento de doenças e, sobretudo, para que revejam alguns hábitos de vida”, explica.

 

Corpo Humano
Mais de 150 órgãos reais compõem a mostra, que tem como proposta uma viagem realista pela anatomia humana, esclarecendo dúvidas comuns, a exemplo de o porquê soluçamos e espirramos e as funções de órgãos, como a placenta. Os corpos que compõem a exposição internacional foram doados à Ciência para fins didáticos. Os órgãos passaram por um processo chamado plastinação, em que há a substituição de toda a água e gordura do corpo por polímeros plásticos. Desta forma, não há mal cheiro, nem decomposição, retendo a maioria das propriedades originais.