Estudantes abordam diversidade em encontro alusivo ao Novembro Negro

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

A comunidade escolar do Colégio Estadual 7 de Setembro, em Paripe, no Subúrbio Ferroviário de Salvador, protagoniza o 6º Encontro de Educação para a Diversidade, que acontece nesta quinta (9) e sexta-feira (10), no auditório da Secretaria da Educação do Estado da Bahia, no Centro Administrativo. Nesta edição, professores, gestores e estudantes da unidade escolar realizadora do evento e de outros colégios convidados dialogam sobre o tema “Educação, alteridade e transformação”.
 
A professora Marineuza Nascimento, uma das coordenadoras do encontro, falou sobre a importância do aprofundamento de um assunto atual e necessário, especialmente, no ambiente escolar. “Trata-se de um tema muito urgente, porque a escola faz parte da sociedade e vive diretamente essa questão da diversidade em todos os aspectos: religiosa, sexual, étnica e cultural. Por percebemos essa realidade tão pulsante e inevitável dentro da escola, este sexto encontro tem a importância de trazermos a discussão sobre todos os tipos de diversidade para que possamos encontrar um meio de conseguir a melhor forma de trabalhar com a diversidade no ambiente escolar”.

A estudante Andressa Machado, 19, 3º ano, do Colégio 7 de Setembro, e membro do Kayodê, grupo cultural da unidade escolar, também opinou sobre a necessidade da discussão cotidiana do tema. “A gente conversa sobre tudo na nossa escola. Temos um espaço para nos colocarmos e ajudarmos os colegas que estão tendo alguma postura preconceituosa de racismo ou de intolerância religiosa, por exemplo. Não devemos permitir o desrespeito às diferenças”.
 
O superintendente de Políticas para a Educação Básica da Secretaria da Educação do Estado, Ney Campelo, que participou nesta quinta (9) do encontro, ressaltou a importância da discussão sobre o tema da diversidade. “Tradicionalmente, realizamos durante todo este mês atos comemorativos ao Dia da Consciência Negra (20/11), combinando isto com a política estadual voltada ao combate de todas as práticas discriminatórias, especialmente no que tange as relações etnicorraciais, de gênero e de sexualidade. Por meio de evento, como este encontro, aprofundamos as reflexões de como podemos colaborar no sentido de buscarmos novas atitudes para que essas questões sejam devidamente tratadas nas nossas escolas, na perspectiva do combate a práticas homofóbicas, racistas, misóginas”.
 
A coordenadora de Educação para Diversidade da Secretaria da Educação, Érica Capinan, destacou o envolvimento de toda a comunidade estudantil no debate. “Este evento traz um mote diferenciado justamente porque quem o propõe e quem o organiza é a própria escola. A Secretaria da Educação está na parceria, tecendo junto, mas os grandes protagonistas são os estudantes, o grêmio estudantil, os jovens que compõem o projeto Kayodê. É um evento que vem discutir assuntos como alteridade, respeito às diferenças, enfrentamento à intolerância religiosa e a implementação da Lei nº 10.639/ 2003 (contra o racismo e pela democratização do ensino) dentro dos projetos políticos pedagógicos. O Colégio 7 de Setembro tem uma energia, uma atmosfera, muita produção de conhecimento e a nossa alegria é perceber que toda essa movimentação foi construída pela escola”, destacou.
 
Aprofundamento de ideias - Participante do evento, a professora de Língua Portuguesa e articuladora da Educação Integral, Lúcia Santos, do Colégio Estadual Vitor Cívita, também destaca o aprofundamento do debate. “Este é um tema que precisa se tornar cada vez mais efetivo no ambiente escolar, já que são os alunos que mais nos trazem à tona a temática da diversidade. E a ideia é que, a partir do encontro, possamos aprimorar o diálogo para a nossa comunidade escolar”.
 
A professora Saionara Bonfim Santos, da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), falou sobre o papel dos educadores neste contexto. “Apesar das muitas conquistas, avanços nos direitos das mulheres, temos ondas conservadoras de retrocesso que vêm contribuindo para um impasse, uma reprodução de um projeto que já deveríamos ter sanado. Então, a proposta é repensar a diversidade cultural repensar a convivência respeitosa entre os diferentes como uma prática pessoal, social, profissional cotidiana”.

Notícias Relacionadas